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Mortes por PMs em serviço mais do que dobram no 2º ano de Tarcísio

PMs mataram 212 pessoas em supostos confrontos de janeiro a abril deste ano, ante 98 em igual período de 2023; operações puxam a alta

atualizado

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1 de 1 Imagem mostra policial militar - Metrópoles - Foto: William Cardoso/Metrópoles

São Paulo — O número de pessoas mortas pela Polícia Militar no estado de São Paulo mais que dobrou nos primeiros quatro meses deste ano, em comparação com igual período de 2023, passando de 98 para 212 óbitos, um crescimento de 116%. A escalada marca o início do segundo ano de Tarcísio de Freitas (Republicanos) à frente do governo estadual, com o ex-capitão da PM Guilherme Derrite no comando da Secretaria da Segurança Pública (SSP) e suas operações policiais na Baixada Santista.

Os números levam em consideração mortos por PMs em serviço, segundo dados coletados pelo Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), do Ministério Público de São Paulo (MPSP). Se forem consideradas também as pessoas mortas por policiais militares em horário de folga, chega-se a 246 óbitos de janeiro a abril, ante 136 de igual período de 2023.

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Patrulhamento da PM na Baixada Santista, no litoral de São Paulo
Patrulhamento da PM na Baixada Santista, no litoral de São Paulo
Patrulhamento da PM na Baixada Santista, no litoral de São Paulo
Patrulhamento da PM na Baixada Santista, no litoral de São Paulo
Patrulhamento da PM na Baixada Santista, no litoral de São Paulo
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Patrulhamento da PM na Baixada Santista, no litoral de São Paulo

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Patrulhamento da PM na Baixada Santista, no litoral de São Paulo

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As operações policiais na Baixada Santista foram um dos vetores do aumento da letalidade da PM no estado. Guarujá, Santos, São Vicente e Cubatão respondem por 74 mortes nos primeiros quatro meses do ano. No ano passado, as quatro cidades registraram 11 mortes. Ou seja, o número de mortos pela corporação cresceu quase sete vezes (573%) nesses municípios.

As incursões da PM na Baixada Santista são alvos de queixas por abusos contra os direitos humanos e prática de execuções sumárias. Quando questionado sobre denúncia encaminhada à Organização das Nações Unidas (ONU), Tarcísio afirmou que não estava “nem aí“. “Sinceramente, nós temos muita tranquilidade em relação ao que está sendo feito. E aí, o pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta, e eu não estou nem aí”, disse.

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Comunidade do Dique de Caixetas, em São Vicente, no litoral de São Paulo
Morro do José Menino, em Santos, no litoral de São Paulo
Palafita na comunidade do Dique das Caixetas, em São Vicente, no litoral de São Paulo
Entrada da comunidade da Vila dos Criadores, em Santos, no litoral de São Paulo
Morro do São Bento, em Santos, no litoral de São Paulo
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Vista da Vila dos Pescadores, a partir da Vila dos Criadores, na região do Rio Casqueiro, em Santos, no litoral de São Paulo

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Comunidade do Dique de Caixetas, em São Vicente, no litoral de São Paulo

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Morro do José Menino, em Santos, no litoral de São Paulo

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Palafita na comunidade do Dique das Caixetas, em São Vicente, no litoral de São Paulo

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Entrada da comunidade da Vila dos Criadores, em Santos, no litoral de São Paulo

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Morro do São Bento, em Santos, no litoral de São Paulo

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Viela na comunidade do Dique das Caixetas, em São Vicente, no litoral de São Paulo

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Ponto de venda de drogas no Jardim Rio Branco, em São Vicente, no litoral de São Paulo

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Ponto de venda de drogas no Jardim Rio Branco, em São Vicente, no litoral de São Paulo

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Símbolo do Yin e Yang, também associado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), no Morro do José Menino, em Santos, no litoral de São Paulo

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Escadão no Morro do José Menino, em Santos, no litoral de São Paulo

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Morro do José Menino, em Santos, no litoral de São Paulo

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Mulher exibe cicatriz deixada por bala na Vila dos Criadores, em Santos, no litoral de São Paulo

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Viela na comunidade do Dique das Caixetas, em São Vicente, no litoral de São Paulo

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Mãe e filho na comunidade do Dique das Caixetas, em São Vicente, no litoral de São Paulo

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Terreno baldio nos fundos da Vila dos Criadores, em Santos, no litoral de São Paulo

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Viela no Morro do São Bento, em Santos, no litoral de São Paulo

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Comunidade do Dique de Caixetas, em São Vicente, no litoral de São Paulo

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Comunidade do Dique de Caixetas, em São Vicente, no litoral de São Paulo

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Vila dos Criadores, em Santos, no litoral de São Paulo

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Entrada da Vila dos Criadores, em Santos, no litoral de São Paulo

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Égua na comunidade do Dique das Caixetas, em São Vicente, no litoral de São Paulo

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Imagem mostra marca de tiro no Morro do São Bento, em Santos, no litoral de São Paulo

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Entrada do Morro do José Menino, em Santos, no litoral de São Paulo

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Pessoas se exercitam em posto na praia em Santos, no litoral de São Paulo

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Tropas de elite

O aumento também é puxado pela participação mais letal de tropas consideradas de elite dentro da PM.

Multiplicaram-se as mortes envolvendo os Batalhões de Ações Especiais de Polícia (Baeps), que já foram chamadas de “Rotas do Interior”, em alusão às Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota).

Nos primeiros quatro meses deste ano, Baeps estiveram envolvidos em supostos confrontos que terminaram com 40 mortos, um aumento de 122% — no mesmo período de 2023 foram 18.

O “termômetro” da letalidade policial também aponta para um crescimento no número de mortos pelos batalhões submetidos ao Comando de Policiamento de Choque. Eles se envolveram em ocorrências que terminaram com 39 mortes. De forma geral, cresceu em 144% o número de mortos por policiais do BPChoque — em 2023, no período, foram 16. Somente a Rota (1º BPChoq) matou 22 pessoas de janeiro a abril deste ano.

O início do ano traz uma aceleração no número de mortos por PMs no estado. No último quadrimestre do ano passado, foram 161 óbitos em supostos confrontos (incluindo mortos em folga), superior aos 150 de igual período de 2022, durante a gestão Rodrigo Garcia (PSDB), mas com tendência de alta (7%) ainda menor do que a registrada agora.

O que diz a SSP

A SSP afirma que seus dados estatísticos referentes ao mês de abril serão divulgados no fim de maio, conforme o cronograma oficial. A pasta não leva em consideração os números coletados pelo Gaesp junto às autoridades.

A secretaria diz que todos os casos de mortes em decorrência de intervenção policial (MDIP) são rigorosamente investigados pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento das respectivas corregedorias, Ministério Público e Poder Judiciário.

“Os casos de reação dos criminosos são consequência direta da ação da polícia no combate ao crime organizado. Em muitos casos, os bandidos optam pelo confronto, colocando em risco tanto a população quanto os participantes da ação”, diz, em nota.

A secretaria afirma que investe permanentemente na capacitação dos policiais, aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo, e em políticas públicas para reduzir a letalidade policial.

A pasta diz que, nos três primeiros meses de 2024, as polícias paulistas prenderam e apreenderam 50.116 infratores em todo o Estado, um aumento de 4,8% em comparação com o mesmo período de 2023.

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