metropoles.com

A mais exuberante flor do recesso do ano da graça de 2022

Em breve, ela murchará

atualizado

Compartilhar notícia

Reprodução
Toffoli Dino PGR Augusto Aras
1 de 1 Toffoli Dino PGR Augusto Aras - Foto: Reprodução

É inevitável: com o Congresso e a Justiça de férias, só as flores do recesso são capazes de preencher o vazio de fatos. Foi o deputado Thales Ramalho (PE), Secretário-Geral do MDB à época da ditadura militar, que cunhou a expressão “flores do recesso”.

São palpites, impressões, desejos postos a circular, informações plantadas por interessados, geralmente tratados como fatos, enquanto deputados, senadores e juízes desfrutam do justo descanso. As flores murcham depois do retorno deles ao trabalho.

A flor mais exuberante do recesso que vivemos é a da recondução de Augusto Aras ao posto de Procurador-Geral da República. É a facção baiana do PT que plantou e que rega essa flor. E o próprio Aras, o maior interessado, que promete fazer o L como fez o B.

Sujeito letrado, o Aras. Dado a conhecer literatura. Em fevereiro último, quando o país ainda se recuperava do choque com a tentativa de golpe de 8 de janeiro, Aras deu um show de cinismo na sessão que marcou a volta das férias do Poder Judiciário.

Para espanto e irritação dos que o ouviram, diante dos ministros do Supremo Tribunal Federal e do presidente Lula recém-empossado, ele usou seu discurso para refutar as críticas de que sua gestão foi inerte na repressão de atos antidemocráticos.

Reconheceu que o Ministério Público atuou de forma “discreta, evitando que extremistas se manifestassem contra o regime democrático”. (Não atuou, simplesmente omitiu-se. Os extremistas manifestaram-se à vontade). E teve a cara de pauta de dizer:

“Se for necessário reprimir os atentados, nós o faremos”.

(Se for necessário? Não seria?). Mas o momento de maior constrangimento para os togados foi quando Aras citou um poeta para declamar em seguida com a voz pausada:

“Democracia, eu te amo, eu te amo, eu te amo”.

A declaração de amor veio tarde. As chances de Lula fazer o A são iguais a zero. Aras, se quiser, poderá juntar-se à tropa que veste pijama nas vizinhanças do Forte de Copacabana, no Rio, joga dominó,  fala com saudade dos tempos idos e está sempre alerta.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comBlog do Noblat

Você quer ficar por dentro da coluna Blog do Noblat e receber notificações em tempo real?