Notas sobre o primeiro movimento republicano brasileiro a sobreviver aos preparativos conspiratórios
Há exatos 200 anos, o Nordeste brasileiro tornou-se um país independente. Foi um dos principais movimentos revolucionários de caráter liberal-republicano da América no século XIX. A Revolução Pernambucana teve seu ápice em 1824, quando D. Pedro I ainda lutava para firmar seu “império tropical”, apenas dois anos após declarar a independência do Brasil.
Gisèle Pelicot mostrou ao mundo caso assombroso de estupro coletivo, em série, orquestrado por seu marido.
O que mais impressionou na arrepiante cronica da francesa de 72 anos foi sua coragem. Por quatro meses – exaustivo e impactante julgamento de Dominique Pelicot, na cidade francesa de Avignon – Gisèle expôs sua história, e se expôs ao mundo, de cara limpa, sem se esconder atrás de óculos escuros, nem camuflar provas perturbadoras que tem contra seu marido e outros 50 velhacos.
Onde está o equilíbrio?
Assim diz o verso de John Lennon e Yoko Ono, escrito há mais de meio século (1971). Pedia o fim da guerra do Vietnam, e desejava um ano novo “sem medos”. Dizia, ainda, a “guerras acabam, se você assim quiser”. Inútil o poema? Certamente que não, embora a ganância, os pré-conceitos e o ódio estejam, ainda, vencendo a generosidade, o conhecimento, a serenidade e o equilíbrio.
Decisão do ministro fragiliza Lula
Até onde vai a ambição de Flávio Dino? É bom os analistas começarem a se fazer essa pergunta porque o mais novo ministro do STF tem mostrado disposição para um jogo grande e astucioso.
“Mesmo as menores coisas, como pegar um copo de água, são muito complicadas”
Os cristãos da Faixa preparam-se para viver o seu segundo Natal como refugiados no meio de uma cidade “esmagada” pelas bombas. Eles foram baleados, passaram fome e viram amigos morrerem. Apesar do medo e do confinamento, eles estão determinados a fazer a pequena comunidade sobreviver
Nós sabemos como sois munidos de caridade, mas não fazei dela alarde nem no-la gritai aos ouvidos. A bondade reclama discrição
“Mas mais belos do que tudo eram os olhos, os olhos claros, luminosos de solidão e de doçura. No próprio instante em que eu o vi, o homem levantou a cabeça para o céu. (…) A sua cara escorria sofrimento.” “O Homem”, Contos Exemplares, Sophia de Mello Breyner Andresen.
PT e Lula em cima dele
Nos últimos dois anos, o Banco Central sobre a presidência de Roberto Campos Neto esteve sob fogo cerrado de Lula. Neste apagar das luzes de 2024, o presidente voltou novamente suas baterias contra a elevação da taxa de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Os que soltam a voz contra a direita radical e populista também caminham contra o vento
Já passava do meio de dezembro quando Caetano Velloso e Maria Bethânia subiram ao palco na Allianz Arena, em São Paulo. Mas o que cantaram a seguir, meio século depois do sucesso inicial, ainda incendiou um estádio lotado.
Eita pau! A ladeira está nos acelerando.
Houve um tempo em que brincávamos de Banco Imobiliário em substituição ao Jogo de Damas e ao Jogo de Firo. Foram as primeiras passadas para que a minha geração começasse a tomar consciência de que a vida era um pouco mais dura para quem gastasse mais do que ganhava. O jogador perdia tudo e o dinheirinho, murchava tanto, que de tão pequeno, desaparecia e o jogador saía do jogo e levava uns cascudos. Crescemos e os melhores treinadores do Brasil eram: o Careca mineiro, Magalhães Pinto e os paulistas Amador Aguiar e outros “profissas”.
Um conto
Quando a trupe chegou, o tomara-que-não-chova ainda não estava armado, mas foi obra de um instante e o cirquinho logo rodeado de tudo quanto era menino da zona se viu, anunciando a Pantomina do Nascimento, que já se estava no dia 24. Véspera do 25, para a noite a pantomima para o dia a Nova-Maior, tomem cantos e danças e passas e doces até na casa dos pobres, perus de papos recheados em casa dos magníficos; e no cirquinho, às seis, Bitom o Palhaço, na casa do 60, chegou, postou-se diante do espelho quadrado, começou a pintar a cara, às sete terminou com 50, às oito, tomando uma cachaça, estava com 40 – era aquilo todos os anos, na noite do 24 para a autora do 25 – entrou no picadeiro, às nove, com 30; às onze, de novo diante do espelho, era Bitom o Palhacinho, com 0; tirou a tinta, foi caminhando para a infância, os artistas abriram alas, ele foi andando e ficando mais menino, atravessou o picadeiro e desapareceu atrás das cortinas, a Trapezista nova perguntando ao Mestre de Cerimônias: Para onde ele vai? Ao que o Mestre de Cerimônias, fazendo uma cara de espanto, respondeu-lhe meio áspero, meio gozador: Oi, não sabe? Ele vai nascer.
Aventuro-me a apresentar o dicionário do Brasil que chega ao final de 2024
Aventuro-me a apresentar o dicionário do Brasil que chega ao final de 2024, desejando a todos os meus leitores Votos de um Feliz Natal e Próspero 2025.
Sem ânimo diante dos escárnios perpetrados em todas as esferas de poder, escoro-me no bom velhinho, a quem se remetem desejos
Em um país tão perverso, no qual o imprescindível equilíbrio das contas públicas esbarra em um Parlamento que limita o reajuste real do salário mínimo e ao mesmo tempo libera o fura-teto nos ganhos dos privilegiados de sempre, é difícil se imbuir do espírito do Natal. Nem os mais otimistas, entre os quais me encaixo, encontram ânimo diante da sucessão de escárnios perpetrados em todas as esferas e níveis de poder. Mas é Natal, então, escoro-me na ficção do bom velhinho, a quem se remetem desejos – mesmo os impossíveis.