Peso dos pais pode influenciar obesidade dos filhos na vida adulta
Pesquisadores observaram que adultos entre 36 e 64 anos têm seis vezes mais chance de ter obesidade se os pais tiveram doença na mesma idade
atualizado
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A obesidade é uma doença multifatorial, e até o peso dos pais pode influenciar no risco de desenvolver a condição no futuro. Pesquisadores noruegueses observaram que adultos de meia-idade, entre 36 e 64 anos, têm seis vezes mais probabilidade de serem obesos se os pais também estavam acima do peso na mesma época da vida.
Eles também descobriram que se apenas um dos pais era obeso, o descendente teve três vezes mais chance de lidar com a doença crônica em comparação com os filhos de progenitores com peso saudável. A pesquisa será apresentada no Congresso Europeu sobre Obesidade, em Veneza, na Itália.
Para chegar à conclusão, os pesquisadores analisaram o índice de massa corporal (IMC) de cerca de duas mil pessoas. Foram comparados dados dos pais quando tinham entre 40 e 59 anos, e os dos seus filhos na mesma idade.
A cientista Mari Mikkelsen, da Universidade de Tromsø, na Noruega, relata que os genes desempenham um papel importante no ganho de peso, mas ambientes que favorecem a má alimentação também influenciam no risco de desenvolver obesidade.
“Alguns estudos sugerem que as crianças tendem a ter hábitos alimentares e de exercício semelhantes aos dos pais quando todos vivem na mesma casa, resultando no IMC semelhante”, explica Mikkelsen.
O estudo não conseguiu chegar a um resultado concreto sobre a causa da obesidade, mas Mari alerta que, independente da explicação, o importante é evitar a doença. “É imprescindível prevenir para que a obesidade não perpetue por gerações. A condição pode desencadear outros problemas de saúde, inclusive morte prematura”, acrescentou a pesquisadora.
Obesidade no Brasil
O monitoramento anual de obesidade do Ministério da Saúde divulgou que um a cada quatro adultos é obeso no Brasil. De acordo com os dados, 32,6% dos homens entre 45 e 54 anos têm obesidade. Já a proporção feminina é maior entre os 18 e 24 anos: 11,8% das brasileiras nessa faixa etária têm a doença.
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