Altos níveis de hormônio do estresse estão associados a mortes por Covid-19
Pesquisa foi feita por cientistas do Imperial College, de Londres, com mais de 400 pacientes. Informação pode ajudar no tratamento
atualizado
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A cada dia, novas informações sobre o coronavírus e a infecção que ele causa são descobertas pela ciência. Pesquisadores do Imperial College, de Londres, na Inglaterra, descobriram, na última semana, que os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, nos pacientes de Covid-19 pode ter a ver com o desenvolvimento de quadros mais graves da doença.
Foram observados 535 pacientes — destes, 403 foram diagnosticados com a Covid-19. As pessoas que tinham a doença apresentaram níveis mais altos de cortisol. Alguns participantes apresentaram concentração de até 3.241 nm/L — pacientes saudáveis e descansados costumam ter entre 100 e 200 nm/L, enquanto pessoas que acabaram de passar por uma grande cirurgia costumam chegar a mil.
Entre as pessoas com Covid-19 que morreram, aquelas com menos de 744 nm/L sobreviveram uma média de 36 dias. Naqueles com números maiores que este, a média de sobrevivência caiu para 15 dias.
O estudo foi feito entre 09/03 e 22/04, e cerca de 27% das pessoas diagnosticadas morreram durante o tempo da pesquisa. Os resultados foram publicados na revista científica The Lancet Diabetes & Endocrinology.
“Da perspectiva de um endocrinologista, faz sentido que os pacientes mais doentes tenham altos níveis de cortisol, mas estes números são preocupantes“, afirma o professor Waljit Dhillo, responsável pela pesquisa.
Segundo ele, este pode ser mais um indicador para se prestar atenção quando o paciente chega ao hospital. Se os níveis de cortisol estiverem muito altos, a equipe médica deve se preparar para uma evolução rápida do quadro e atuar o quanto antes para prevenir maiores problemas.