Consumir vinho com moderação pode ser um grande aliado da boa saúde
Médicos e especialistas indicam a inserção da bebida, em doses controladas, no seu dia a dia
atualizado
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O homem, após conquistar o controle sobre a produção de alimentos – com o cultivo de grãos e a criação de animais –, não se contentou em apenas em suprir a necessidade física e começou a buscar, na mesa, um conjunto de satisfações físicas e psíquicas.
O vinho, uma bebida presente nas sociedades desde o tempo das cavernas, sempre participou deste momento de sociabilidade que é a refeição em grupo. Com uma grande vantagem sobre as demais bebidas alcoólicas, uma vez que o vinho possui características de alimento e oferece diversos benefícios para a saúde.
Atualmente, com o melhor conhecimento da composição do vinho e com base em trabalhos científicos avalizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), esses benefícios do vinho vêm sendo comprovados pela ciência.
Grande conhecedor de vinho, o inglês Hugh Johnson, autor do importante A História do Vinho, lembra que o processo de oxidação é essencial para a vida, mas, para manter o equilíbrio, deve atuar controlado por sistemas de proteção antioxidante. Quando os sistemas de proteção são insuficientes, os famosos radicais livres atacam as estruturas celulares, especialmente as membranas das células. Existem antioxidantes próprios do organismo, como algumas enzimas ou substâncias provenientes da alimentação – a exemplo da vitamina E. Dentro desse grupo de nutrientes protetores, encontram-se também os polifenóis do vinho.
Somente a dose correta diferencia o veneno do remédio
Paracelso (1493-1541)
Todo exagero deve ser evitado, porém, o consumo moderado e educado do vinho, além de proporcionar grande prazer, pode ser extremamente benéfico à saúde. Portanto devemos nos disciplinar para uma maneira civilizada de beber.
Diversos estudos têm considerado que pessoas adultas, cuja alimentação diária é equilibrada e em bom estado de saúde, normalmente poderiam metabolizar, diariamente, um litro de vinho (homem) e três quartos de litro (mulher). Acima destes limites, ou se uma das condições não é obedecida, o álcool se metaboliza (oxida) mediante processos tóxicos, tornando-se nocivo.
Porém, este é o consumo máximo diário. O consumo moderado, que é o recomendado, no qual todos os benefícios acontecem, é de: uma taça (150ml) para mulheres e duas taças (300ml) para os homens – o equivalente a 20 gramas de álcool em um único dia para mulheres e pessoas idosas ou 30 gramas de álcool por dia para os homens.
O médico, escritor e autor do livro A Saúde da Água Para o Vinho, Márcio Bontempo, alerta que, como todas estas substâncias permanecem na corrente sanguínea apenas por 24 horas, para que elas possam ter efeito protetor é necessário consumir vinho diariamente. “Essa não é uma mensagem para que se beba mais vinho, a fim de combater as bactérias! Até porque, nunca é demais lembrar que a moderação é o segredo!”, pondera.
Para isto tudo é necessário que se cumpram 3 regras básicas:
1ª – que o vinho seja ingerido com moderação;
2ª – que seu uso seja regular;
3ª – que o vinho, de qualidade, seja ingerido junto com a refeição.
Mesmo com tantos benefícios, é importante ser cauteloso quando se bebe álcool, porque ele também tem riscos à saúde, sabemos de algumas pessoas que não devem ingerir quantidade alguma das substância, pois os prejuízos seriam muito maiores do que as vantagens, como mulheres grávidas, pessoas com certas doenças, dependentes alcoólicos ou sob proibições éticas ou religiosas.
Nos rótulos dos vinhos encontramos a afirmação “contém sulfito”, ou o contrário “não contém sulfito”. Este produto é adicionado ao vinho devido a sua ação anti-oxidante, matando bactérias presentes no líquido. Há indicações de que os sulfitos causem reações alérgicas em pessoas que têm sensibilidade a essas substâncias, fazendo com que tenham ressaca, mesmo sem terem bebido em excesso. Portanto os consumidores alérgicos, principalmente aqueles asmáticos, devem ficar alertas às reações que sofrem ao consumir a bebida.
Na elaboração dos vinhos mais doces, são necessárias doses ligeiramente maiores de sulfitos, razão porque algumas pessoas toleram melhor o tinto do que os brancos e as bebidas mais doces em geral.
Ainda constam nos rótulos dos vinhos nacionais a informação “não contém glúten”, quanto a isto não há problema, afinal, nenhum vinho contém glúten.
Os principais países produtores de vinho apresentam menores taxas de alcoolismo do que os países não produtores que tem outras bebidas alcoólicas como as predominantemente consumidas. O principal efeito colateral do vinho é que ele promove o convívio social e faz amigos.
O vinho é a mais saudável e higiênica das bebidas
Louis Pasteur
Novas pesquisas
Novas pesquisas vão surgindo, temos a da Universidade de Alberta (Canadá), que conclui que os benefícios proporcionados pelo resveratrol presente em uma taça de vinho equivale a cerca de 30 minutos de atividade física. Mas, claro, essa substância não substitui a malhação, apenas auxilia o processo.
Podemos concluir que, no vinho, encontramos compostos de múltiplas funcionalidades, complementares e sinérgicos, que exercem proteção frente a muitas enfermidades degenerativas. Na uva e no vinho, tanto tinto quanto branco, existem muitos componentes com efeitos benéficos para a saúde, sendo que nunca é tarde para incorporar esse saudável hábito em nossas vidas.
Saúde! O brinde expressa não apenas um desejo, mas sim uma realidade.