17 dicas para evitar erros comuns sobre vinhos
Muitas crenças sobre a bebida ficaram populares: porém, elas não são, necessariamente, verdadeiras
atualizado
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Sou professor em diversos formatos de cursos de vinho, desde para quem não tem nenhum conhecimento sobre o tema como também atuo na formação de profissionais no Curso de Sommelier Profissional da ABS/UPIS. Nesse vasto universo de alunos, tenho observado um certo senso comum sobre a bebida, um tipo de conhecimento adquirido sem estudo formal, que podemos traduzir como crenças – que são aceitas como verdadeiras. Mas lamento, ou não, informar: boa parte delas é falsa.
Alguns exemplos destas crenças que não são justificadas:
1) Vinho Verde não é verde, nem é elaborado com uvas verdes;
2) Vinho Laranja, apesar de ser elaborado com uvas brancas não é branco, é laranja;
3) Nem todo vinho caro é bom;
4) Nem todo vinho barato é ruim;
5) Vinho rosé não é um vinho feminino;
6) Vinho branco não é apenas para mulheres;
7) Vinho tinto não é apenas para homens;
8) Vinhos de corte (elaborados com a mistura de duas uvas ou mais) não são inferiores aos vinhos varietais (elaborados com apenas um tipo de uva);
9) Vinhos de corte (elaborados com a mistura de duas uvas ou mais) não são superiores aos vinhos varietais (elaborados com apenas um tipo de uva);
10) Não é só o vinho branco que harmoniza com peixe;
11) Não é só o vinho tinto que harmoniza com carne vermelha;
12) Vinhos do Novo Mundo não são inferiores aos do Velho Mundo;
13) Vinhos do Novo Mundo não são superiores aos do Velho Mundo;
14) Vinho com tampa de rosca não é pior nem melhor que os com rolha;
15) Vinho brasileiro bom não é somente o espumante, temos excelentes garrafas de todas as variedades;
16) Vinho, quanto mais velho melhor! Vai nessa e acabará bebendo vinagre;
17) Vinho, quanto mais jovem melhor! Idade não é uma avaliação de qualidade.
Quatro taças de vinho com Sérgio Resende
Durante 21 anos, o proprietário do lendário Gates Pub, Sérgio Resende, deixou a noite e ficou 11 anos à frente da loja de vinhos Zahil, depois da Espaço Vino. Agora, dedica-se exclusivamente ao Vinhedo Girassol, em Cocalzinho (GO).
Você está apresentando a primeira safra do seu vinho Terroir Girassol – Syrah – 2018, fale um pouco sobre ele.
É um vinho 100% Syrah, elaborado com uvas colhidas no início de setembro de 2018 no Vinhedo Girassol. Essas videiras foram plantadas em dezembro de 2015. A vinificação foi realizada pelo enólogo Valdir Cristofoli na Vinícola Serra das Galés, em Paraúna-GO. Após seis meses em barricas e carvalho, sendo 50% em barricas francesas novas e 50% em barricas francesas de segundo uso, as garrafas ainda ficaram descansando por mais seis meses na vinícola, para uma melhor evolução do vinho. Nesta primeira safra, foram produzidas 800 garrafas.
É um vinho ainda jovem, de cor rubi, com reflexos azulados e brilhante. No nariz, apresenta um aroma frutado, lácteo, uma leve madeira e especiarias, como cravo. Na boca, dada sua juventude, os taninos ainda estão levemente adstringentes, apresenta frutas negras e vermelhas, como bom equilíbrio entre todos os componentes.
Agora você está lançando o projeto Parceiros do Vinhedo. Do que se trata?
No Parceiros do Vinhedo, eu pergunto aos interessados: “Querem abrir um vinho com seu nome neste Natal?”. Os parceiros que aderirem à ideia, além de serem os primeiros a receber o rótulo, terão a oportunidade de conhecer o manejo de vinhedos, os principais processos produtivos e participar de experiências proporcionadas pelo Vinhedo Girassol, a exemplo do Dia da Dupla Poda.
Os participantes receberão ainda dois e-books, um sobre a vinicultura, falando de plantio, manejo, etc., e o segundo ensinando como se produz um vinho. Cada plano contempla 36 garrafas de vinho personalizadas, 12 da safra de 2018, entregues ainda neste ano, antes do Natal e as restantes da safra 2019, entregues após sua elaboração, no final de 2020.
Ou seja, os parceiros poderão ter seu próprio vinho sem precisar de terra e equipamentos ou contratar pessoal especializado.
Já tem mais projetos em vista?
Nosso plano de expansão do Vinhedo Girassol prevê o aumento da área cultivada, hoje de 2,4 hectares, e, numa fase seguinte, a venda de lotes cultivados de uvas, onde prestaremos o serviço de todo o manejo, do plantio à colheita.
Também temos um projeto de enoturismo com pousada, spa do vinho e loja dos produtos locais. Hoje, já produzimos suco e geleia de uva, além de licor de baru. Realizamos mensalmente um Wine Tour com visita ao vinhedo, almoço e banho de cachoeira. Acredito que em pouco tempo teremos o reconhecimento desta região entre as melhores do país para o vinho.
O Cerrado não é uma área tradicional no cultivo de uvas, como tem sido esta experiência na formação de um vinhedo?
Tudo começou com o meu pai, Melchior Resende, que tomou conhecimento que estava sendo elaborado um vinho de qualidade em Cocalzinho, na Vinícola Pireneus. A implantação de um vinhedo em pleno Cerrado exige muito planejamento, trabalho e dedicação. Primeiro contratamos um consultor, mapeamos o terreno, fizemos o projeto de irrigação, encomendamos as mudas de uvas viníferas Syrah da EPAMIG, firmamos com o BB, um empréstimo, compramos equipamentos e partimos para o plantio em dezembro de 2015.
Após um início conturbado, ajustamos os processos e agora o vinhedo está melhorando sua produtividade a cada safra. Na primeira, foram 400 kg em 2017,em 2018 foram 1,3 mil kg e agora, na safra de 2019, colhemos 4,7 toneladas.
Temos um agrônomo exclusivo e podemos vislumbrar uma produção de qualidade com regularidade excepcional. A dupla poda é um procedimento fantástico, que leva as parreiras para frutificar em safras no inverno seco do Cerrado. Os vinhos de inverno vieram para ficar.