Toxinas de produtos de beleza são eliminadas no sangue menstrual
As pesquisadoras encontraram parabenos e benzofenomas em 96% das amostras. Essas substâncias podem chegar no útero
atualizado
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Menstruação ainda é um tabu. Em pleno século 21, o sangramento feminino é associado à sujeira. Algumas culturas, inclusive, proíbem as mulheres de saírem de casa durante o período menstrual e até acreditam que bolos dão errado por conta do ciclo hormonal da mulher. Em uma corrente cada vez mais aceita, o sangue menstrual representa, na verdade, purificação. Elimina as toxinas e o estresse de uma vez, todos os meses.
De acordo com os ginecologistas, o sangue menstrual realmente carrega toxinas para fora do corpo. “O rim filtra e elimina do corpo uma parte dessas substâncias, mas outra acaba indo parar no sangue. O que essa pesquisa reafirma, no fim das contas, é que algumas coisas podem acabar chegando no bebê”, explica a ginecologista Juliana Dytz, da Aliança Instituto de Oncologia.Segundo as pesquisadoras do Instituto de Investigação Biosanitária e da Universidade de Granada, na Espanha, o sangue menstrual carrega substâncias muito comuns nos cosméticos. Elas analisaram 25 amostras e encontraram, em 96% delas, metilparabeno e benzofenoma-3. O primeiro está presente em cremes, maquiagens e cosméticos e funciona como agente antibacteriano e antifúngico para aumentar o prazo de validade dos produtos. Já a benzofenoma é usada em filtros solares como uma barreira aos raios ultravioletas.
Já é sabido, por exemplo, que gestantes devem evitar pintar os cabelos ou usar produtos à base de formol, pois há risco de afetar o bebê. Com o estudo espanhol, se prova que até as substâncias comuns em cosméticos e filtros solares podem chegar ao útero.
Conheça marcas que evitam usar essas substâncias em suas composições: