Johnson & Johnson é condenada a pagar R$18 bi por talco cancerígeno
A empresa nega a presença de amianto em seus produtos e a agência de saúde americana não encontrou vestígios da substância
atualizado
Compartilhar notícia
Em uma decisão polêmica, uma corte no Missouri (EUA) condenou a empresa Johnson & Johnson a pagar cerca de R$ 18 bilhões em indenizações a um grupo de 22 mulheres. O grupo afirma que o talco para bebês da marca possui amianto e seria responsável pelo desenvolvimento de câncer de ovário.
O julgamento demorou seis semanas e, segundo os advogados de acusação, a substância estaria presente no produto desde os anos 1970, mas a Johnson & Johnson não teria alertado os consumidores. A empresa nega as acusações e deve recorrer da decisão.
O FDA, a agência de saúde dos Estados Unidos, fez um teste em 2010 com amostras do talco e não encontrou nenhum vestígio de amianto.
A acusação é recorrente e a empresa enfrenta quase nove mil processos nos Estados Unidos sobre o assunto. Em 2017, um tribunal da Califórnia (EUA) deu ganho de causa a uma mulher que alegou ter desenvolvido câncer de ovário após usar o talco e outros produtos da empresa. A Johnson & Johnson foi condenada a pagar cerca de R$ 1,5 bilhão, mas a decisão foi anulada.
Talco cancerígeno
Alguns estudos já levantaram a relação entre talco e câncer de ovário, apontando que o cosmético pode ser carcinogênico, principalmente para mulheres após a menopausa, obesas, fumantes e usuárias de analgésicos.