Brasileiro descobre bactérias que podem ajudar a combater o câncer
“A razão pela qual empenhamos nossos esforços é prover uma maior expectativa de vida para o paciente”, afirma cientista
atualizado
Compartilhar notícia
Ao estudar bactérias que só existem na Antártida, o pesquisador Leonardo José Silva, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), descobriu substâncias inéditas que podem dar origem a novas drogas para o tratamento de diversas doenças, entre elas, o câncer.
De acordo com informações da BBC Brasil, o investigador viajou para o continente no fim de 2014, com uma equipe de pesquisadores brasileiros. Ao estudar as bactérias na gramínea, verificou que várias delas produzem compostos capazes de impedir o desenvolvimento do glioma, um tipo de câncer no cérebro, de tumores no pulmão e na mama.
Leonardo tinha como meta encontrar e selecionar linhagens de actinobactérias, grupo bacteriano versátil, capaz de produzir substâncias eficientes em dominar o desenvolvimento de tumores humanos. Como consequência do estudo, o grupo obteve uma coleção de actinobactérias. ”Elas poderão ser exploradas em maior profundidade por meio de parcerias entre centros de pesquisas públicos ou pela iniciativa privada”, afirma o pesquisador.
O estudo de Leonardo José Silva se submete a um contexto mais abrangente, onde o aumento do número de casos de câncer tem atraído a comunidade científica mundial e incentivado procuras por novas estratégias e drogas para o tratamento da doença. “Nesse sentido, substâncias obtidas a partir de micro-organismos e plantas estão entre as mais promissoras, representando aproximadamente 60% dos agentes antitumorais aprovados para uso nas últimas décadas”, disse o cientista à BBC.
O primeiro passo para o desenvolvimento de um novo medicamento é a descoberta e a identificação da atividade antitumoral dos compostos em células de cânceres cultivadas em laboratório. E os trabalhos não terminam por ai, Leonardo deseja se aprofundar nos estudos. “Tendo em vista que apenas duas linhagens descobertas foram exploradas, e que temos mais 15 outras produtoras de compostos anticâncer sem qualquer informação adicional, tenho como principal interesse estudá-las, em busca de novos compostos bioativos.”