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Zejula: novo tratamento oral de câncer de ovário chega ao Brasil

Medicamento da farmacêutica GSK reduz em até 73% o risco de progressão da doença ou óbito, segundo estudo publicado em revista científica

atualizado

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1 de 1 Imagme colorida de mulher sentada enquanto homem pressioan sua barriga - Metrópoles - Foto: Dirceu Crispi/Flickr

O câncer de ovário é o sétimo tipo de tumor mais frequente entre as mulheres brasileiras e é um dos mais letais, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) de 2020.

A farmacêutica britânica GSK apresentou, na terça-feira (24/8), uma novidade para o tratamento da doença. O Zejula (niraparibe) é um remédio oral destinado a complementar o tratamento do câncer de ovário.

O medicamento foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 8 de março e já está disponível para uso no país. É indicado para pacientes recém-diagnosticadas ou nas quais a doença retornou. A droga complementa a quimioterapia.

A indicação é que as pacientes comecem a usar o medicamento em até dois meses após o fim da quimioterapia, como manutenção do tratamento.

Estudo clínico
Os dados de segurança e eficácia do remédio foram publicados no The New England Journal of Medicine, a partir de dois estudos clínicos de fase 3: o PRIMA, feito em 2019 com pacientes recém-diagnosticadas com câncer de ovário, e o NOVA, de 2016, com pacientes que apresentaram doença recorrente.

No primeiro estudo, o laboratório observou a redução de 38% do risco de progressão da doença ou morte na população geral e 60% na população com mutação no gene BRCA.

No NOVA, foi registrada a redução de risco de progressão ou morte de 73% nas pacientes com mutação no gene BRCA, e de 55% nas pacientes sem a mutação. De acordo com os pesquisadores, ao inibir e bloquear as enzimas PARP, o Zejula leva as células cancerígenas à morte, evitando que elas consigam se autorreparar.

Diminui recidivas
O maior benefício para as pacientes, segundo a oncologista Vanessa Fabricio, diretora médica de Oncologia da GSK, é que elas estão vivendo mais tempo sem a doença e com qualidade de vida, sem recidiva ou a necessidade de fazer quimioterapia novamente.

“Isso acaba sendo um impacto muito positivo para as mulheres que ficam com a preocupação do retorno da doença e, ao ter essa nova opção, se sentem mais confiantes”, destaca Vanessa.

O câncer de ovário é uma doença que não tem sintomas específicos e não possui um exame de rastreamento, o que dificulta o diagnóstico precoce. Ele provoca náusea e fadiga, sensação de saciedade e dificuldade de alimentação, inchaço ou distensão abdominal, frequência urinária e dor abdominal ou pélvica.

Presente na apresentação dos resultados, o oncologista Fernando Maluf, presidente do Instituto Vencer o Câncer (IVOC), destacou a importância da nova alternativa de tratamento. “A doença quando progride maltrata a mulher. A barriga enche de água, o intestino e as vias urinárias obstruem. Essas drogas representam um avanço muito importante”, disse.

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