Yoga: estudo encontra benefícios para mulheres com risco de Alzheimer
As sessões de yoga podem ajudar na manutenção da capacidade cognitiva e de memória de mulheres idosas com maior risco de apresentar a doença
atualizado
Compartilhar notícia
As sessões de yoga podem ajudar na manutenção da capacidade cognitiva e de memória de mulheres acima dos 50 anos com maior risco para o desenvolvimento de Alzheimer.
A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade da Califórnia (UCLA), dos Estados Unidos, e publicada em 14 de fevereiro na revista científica Translational Psychiatry.
Os pesquisadores recrutaram 79 mulheres com mais de 50 anos que, potencialmente, tinham maior risco de sofrer com a doença neurodegenerativa por possuírem uma variante genética que vem sendo associada a maior risco de Alzheimer.
As voluntárias relataram já estarem percebendo algum grau de declínio cognitivo e possuíam problemas de saúde como colesterol alto, pressão alta ou diabetes. Algumas tinham sofrido recentemente ataques cardíacos.
As participantes foram divididas em dois grupos por 12 semanas, cerca de quatro meses. Um grupo se dedicou a praticar uma modalidade de yoga chamada Kundalini e o outro grupo foi submetido a exercícios cognitivos, um espécie de treinamento cerebral para estimular memória e aprendizado.
Os exames de acompanhamento – feitos com tomografias do cérebro das participantes – mostraram a reconstrução das vias neurais, um declínio reduzido na massa cerebral e a reversão de alguns biomarcadores (sinais biológicos) ligados ao envelhecimento e à inflamação. No grupo que fez os exercícios cognitivos, os mesmos parâmetros não atingiram resultados tão significativos.
“Os resultados sugerem benefícios clínicos e biológicos da Kundalini contra o declínio cognitivo subjetivo, ligando mudanças na cognição aos efeitos anti-inflamatórios do Yoga”, escrevem os pesquisadores no artigo.
Neuroplasticidade
A psiquiatra Helen Lavretsky, que participou do estudo, acredita que os benefícios derivam da neuroplasticidade, que consiste na capacidade do cérebro de se modificar fisiologicamente em resposta às alterações ambientais. “A ioga é boa para reduzir o estresse, melhorar a saúde mental, reduzir a inflamação e potencializar a neuroplasticidade”, comenta.
Os cientistas observaram que as voluntárias que executaram exercícios cognitivos também observaram melhorias na capacidade de recordação, com efeitos práticos bastante úteis no cotidiano delas. Eles acrescentam que não é necessário abandonar os exercícios de cognição e se concentrar na yoga. Para eles, o ideal é, se houver a oportunidade, realizar os dois.
Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!