Xenobots: cientistas desenvolvem robôs que se reproduzem sozinhos
Tecnologia poderá ser usada em áreas onde os seres humanos não podem alcançar, como no transporte direcionado de medicamentos
atualizado
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Um grupo de cientistas dos Estados Unidos, responsável pela criação dos xenobots, minúsculos robôs vivos desenvolvidos a partir de células de rãs, anunciam agora que esses robôs são capazes de se reproduzir sozinhos, de uma forma nunca vista antes.
Os xenobots são robôs com menos de um milímetro de largura desenvolvidos a partir de células-tronco vivas da pele de embriões de uma rã africana, a Xenopus laevis, a partir de uma pesquisa iniciada em 2018. O nome xenobots é uma junção do nome “xeno” com “robot” (robô, em inglês).
Em um artigo publicado na segunda-feira (29/11), na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), os pesquisadores das universidades de Vermont, Tufts e do Instituto Wyss da Universidade de Harvard anunciaram que os aglomerados de células, que se movem e apresentam comportamento coletivo, também conseguem se reproduzir por até cinco gerações.
Veja o vídeo dos xenobots em ação:
Os pesquisadores ainda buscam uma aplicação prática para os xenobots, mas afirmam que a combinação entre biologia molecular e inteligência artificial pode ser usada, por exemplo, para o transporte direcionado de medicamentos dentro do corpo humanos, a coleta de microplásticos nos oceanos ou a limpeza de resíduos radioativos.
“Elas poderiam realizar um trabalho útil dentro de corpos humanos em lugares onde os robôs tradicionais não podem ir porque nossos corpos detestam até mesmo a menor quantidade de metal”, disse o autor do estudo, Sam Kriegman, ao jornal The Washington Post. “Não há nada teórico que nos impeça de fazer isso a partir de células humanas”, contou.
Formato de Pac-Man
Usando modelos computadorizados, os cientistas descobriram que o formato em “C”, semelhante ao personagem do jogo Pac-Man, da década de 1980, parecia ter melhor desempenho. Na prática, o formato consegue reunir células-tronco individuais em clusters.
Kriegman, que é pós-doutorado da Universidade de Harvard e de Tufts, explicou que a replicação dos xenobots é baseada no movimento do organismo. No entanto, em vez de se livrar do novo ser como fazem os animais, os robôs os incorporam.