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Wegovy e Ozempic: cientistas alertam para possíveis efeitos colaterais

Segundo pesquisadores, uso prolongado dos medicamentos pode levar ao aumento do volume do intestino delgado e, consequente, obstrução

atualizado

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imagem representativa de homem aplicando caneta injetável de wegovy ozempic na barriga
1 de 1 imagem representativa de homem aplicando caneta injetável de wegovy ozempic na barriga - Foto: Getty Images

Pesquisadores da Universidade Fudan, na China, fazem um alerta para possíveis efeitos colaterais de longo prazo do medicamento Wegovy, agonista do receptor de GLP-1.

Em artigo publicado na revista Acta Pharmaceutica Sinica B, em fevereiro, eles afirmaram que o uso do medicamento pode levar a um aumento do volume do intestino delgado e consequente obstrução do órgão.

O medicamento injetável de uso semanal tem ação semelhante à do Ozempic, indicado para o tratamento da diabetes tipo 2. A substância ativa dos dois se chama semaglutida.

A semaglutida é um agonista receptor do GLP-1 RA, muito semelhante ao hormônio humano GLP-1, que age na produção de insulina e proporciona a sensação de saciedade. Os dois medicamentos induzem à perda de peso ao reduzir a fome do paciente.

“Embora seus perfis de eficácia e segurança sejam amplamente aceitos, eventos adversos de longo prazo, como aumento do risco de obstrução intestinal, têm sido relatados em pacientes diabéticos, o que é 4,5 vezes maior do que aqueles que recebem outros medicamentos para controle da glicose”, afirmam os autores do estudo.

Obstrução intestinal

Eles citam pesquisa feita com 25.617 indivíduos, que demonstrou aumento de 3,5 vezes na taxa de obstrução intestinal associada ao tratamento com GLP-1RA.

Em um experimento de longo prazo com camundongos, os pesquisadores observaram o aumento do intestino dos animais por volta da 20ª semana de uso de medicamentos com GLP-1.

Entre as considerações, os estudiosos destacaram que os testes clínicos do Wegovy foram feitos ao longo de 16 meses, o que poderia ter deixado escapar efeitos colaterais desencadeados após um tempo mais longo de uso.

“Como (a classe de drogas) pode causar aumentos contínuos no comprimento intestinal e na altura das vilosidades, o intestino delgado pode se tornar tão inelástico e fibrótico como uma mola solta, levando a obstrução intestinal superior de longo prazo”, escreveram os autores do artigo.

Empresa considera risco-benefício seguro

Em nota enviada ao Metrópoles, a Novo Nordisk esclarece que o tratamento com os agonistas receptores de GLP-1 são usados para o tratamento de diabetes tipo 2 há mais de 15 anos. A semaglutida, segundo a fabricante dos medicamentos, está sendo amplamente estudada há muitos anos e já foi testada em pelo menos 9,5 milhões de pacientes em tratamento.

“Os efeitos gastrointestinais já relatados são efeitos colaterais bem conhecidos da classe GLP-1. A maioria é transitório, de gravidade leve a moderada e de curta duração”, diz a farmacêutica.

Na nota, a Novo Nordisk afirma que, com os dados dos estudos clínicos, o posicionamento da empresa é que o risco-benefício segue favorável e seguro. “A segurança dos pacientes é inegociável para a Novo Nordisk e estamos continuamente coletando dados sobre os nossos produtos, sempre em estreito contato com as autoridades.”

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