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VSR longo: quais são as sequelas do vírus sincicial respiratório

O vírus sincicial respiratório (VSR) pode deixar sequelas meses após a infecção, prejudicando a função cognitiva dos pacientes

atualizado

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Foto colorida de homem idoso sentado em frente a computador e caderno com mão na testa - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de homem idoso sentado em frente a computador e caderno com mão na testa - Metrópoles - Foto: Getty Images

Assim como ocorre com o coronavírus, o vírus sincicial respiratório (VSR) também pode deixar sequelas nas pessoas infectadas. Os mais suscetíveis são os idosos com mais de 60 anos, que podem sofrer declínio cognitivo e prejuízos na funcionalidade no período posterior à doença.

“Embora a gente veja com muito mais robustez a Covid longa, o vírus sincicial respiratório e a influenza também levam a um quadros de sintomas persistentes”, afirma a infectologista e virologista Nancy Bellei, consultora científica da OPAS/OMS para influenza e Covid-19. Ela levantou o assunto durante a 25ª Jornada Nacional de Imunizações, realizada pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBI) em Florianópolis na última semana.

Em um estudo publicado em 2022, a pesquisadora, que trabalha na Divisão de Doenças Infecciosas da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, descobriu que um terço dos idosos hospitalizados com VSR tiveram decréscimo da funcionalidade até seis meses depois da doença. Pelo menos 14%, precisaram de altos níveis de cuidados depois da doença respiratória.

De acordo com a infectologista Eliana Bicudo, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), há um entendimento mais claro hoje de que a maioria das infecções virais pode deixar um quadro de sintomas longo.

“Acreditamos que todos os vírus podem evoluir para um quadro longo. Nós víamos isso com a dengue e a chikungunya, com pacientes que passavam meses a dois anos com mialgia (dor muscular), dor articular. Com a Covid-19 isso ficou mais claro. E o VSR também está se comportando dessa maneira”, explica a médica.

Vírus sincicial respiratório (VSR)

O VSR é especialmente perigoso para crianças pequenas e bebês recém-nascidos de baixo peso ou prematuros, idosos, cardiopatas graves, asmáticos e imunossuprimidos. Esses grupos correm maior risco de desenvolver quadro respiratório grave resultando em pneumonia, com necessidade de hospitalização.

Assim como acontece com outros vírus respiratórios, o VSR é transmitido através de secreções por tosse e espirros. O vírus pode ficar incubado no corpo por um período de dois a cinco dias, de acordo com o infectologista Henrique Valle Lacerda, do Exame Medicina Diagnóstica.

Foto colorida de mão com luva azul segurando teste positivo de Vírus sincicial respiratório (VSR) - Metrópoles
Os pacientes infectados pelo VSR podem apresentar sintomas a longo prazo

Sintomas de VSR Longa

No início da infecção, o VSR causa sintomas semelhantes aos vistos na Covid-19 e na gripe, como coriza, tosse, febre e sinais de dificuldade respiratória, o que pode dificulta o diagnóstico correto. Para distinguir o vírus é necessário fazer o painel molecular de doenças respiratórias a partir de um exame de swab nasal.

A longo prazo, os médicos observam a queda do estado geral do paciente idoso, dor muscular (mialgia), dificuldade cognitiva, esquecimento e desorientação que pode persistir por meses.

Tais sintomas cognitivos são frequentemente relatados por pacientes idosos, mas se acentuam após a infecção pelo vírus.

Tratamento

O tratamento indicado para esses pacientes é o mesmo para a Covid longa: exercícios de memória e treinos. De acordo com Eliana, quando envolve cansaço e dor no corpo, também tem sido indicado o uso de antidepressivos.

“Ainda estamos pisando em um terreno muito arenoso, com algumas dificuldades, porque a gente não conhece bem essa reação inflamatória longa”, conta a infectologista.

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