Volume do cérebro está aumentando nos humanos. Saiba o que significa
Pesquisa com americanos mostrou que o tamanho do cérebro cresceu 6,6% entre 1930 e 1970. Isso pode ter impactos na demência e no Alzheimer
atualizado
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O ganho de massa cerebral é um dos medidores da evolução humana. Para identificar como as espécies predecessoras à nossa se tornaram mais parecidas conosco, os pesquisadores medem o aumento do tamanho e as mudanças na divisão de áreas do cérebro.
Mesmo com milênios dos Homo sapiens estabelecidos como espécie, porém, o cérebro humano não parou de aumentar, segundo um estudo publicado nessa segunda-feira (25/3) na revista científica JAMA Neurology. A pesquisa mediu os órgãos de pessoas nascidas entre 1930 e 1970 e indicou que houve um aumento médio de 6,6% no período.
Para os participantes nascidos na década de 1930, o volume médio foi de 1.234 mililitros, enquanto nos da década de 1970, o tamanho era de 1.321 mililitros.
Os pesquisadores também identificaram mudanças no volume de áreas específicas do cérebro. O hipocampo, que desempenha um papel importante na memória e na aprendizagem, expandiu-se em 5,7% ao longo das gerações estudadas.
“A década em que nascemos parece ter impacto na massa e na saúde cerebral a longo prazo”, explica o neurologista Charles DeCarli, pesquisador da Universidade da Califórnia em Davis, nos Estados Unidos, principal autor da pesquisa.
“A genética desempenha um papel importante na determinação do tamanho do cérebro, mas as nossas descobertas indicam que influências externas – como fatores de saúde, sociais, culturais e educacionais – também podem interferir”, completa o professor.
Estamos nos tornando mais inteligentes?
O tamanho do cérebro de um indivíduo depende de diversos fatores como idade, sexo e existência de doenças neurológicas. O índice observado pelos pesquisadores é uma média do público observado.
A pesquisa foi feita analisando exames de ressonância magnética em 5 mil pessoas com idades de 30 a 62 anos que foram examinados em ao menos duas oportunidades.
Para os cientistas, o aumento de massa do cérebro não só é reflexo de melhores condições de vida, como também pode significar mais proteção para o futuro.
Segundo eles, cérebros maiores podem significar menor incidência de demência e uma maior saúde do órgão a longo prazo. “Uma estrutura cerebral maior representa uma reserva cerebral maior e pode amortecer os efeitos de doenças relacionadas à idade, como Alzheimer e demências relacionadas”, explica De Carli.
Ao contrário do que as medições entre espécies apontavam, porém, o tamanho do cérebro não é tão impactante quando se analisa a inteligência. Testes realizados em 2015 com pessoas de diferentes volumes do órgão apontaram que a maior massa cerebral melhor não influencia no desempenho intelectual.
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