Você toma suas vitaminas da maneira certa? Aprenda a evitar erros
Os suplementos são aliados para regular o funcionamento do corpo, mas devem ser usados com supervisão profissional para evitar erros
atualizado
Compartilhar notícia
Em busca de saúde, muitas pessoas buscam equilibrar suas necessidades nutricionais por meio de suplementos vitamínicos e minerais. As substâncias devem ser indicadas por um profissional de saúde – nutricionista ou endocrinologista – que entende o perfil específico de cada paciente.
Ingerir descontroladamente vitaminas com o objetivo de alcançar ganhos para a saúde pode ser uma simples ilusão e, em casos mais extremos, gerar prejuízos ao corpo. Por isso, é importante estar ciente das recomendações e assegurar os benefícios potenciais desses suplementos.
Confira recomendações para potencializar o uso de suplementos
Vitamina C
A nutricionista do Metrópoles, Thaiz Brito, comenta que a vitamina C é um nutriente com alta função antioxidante no organismo, ou seja, ela ajuda a reduzir os efeitos dos radicais livres e previne o envelhecimento celular.
A vitamina C também está relacionada a uma melhora na imunidade e, por isso, algumas pessoas recorrem às pastilhas efervescentes para manter a ingestão em dia. Também conhecida como ácido ascórbico, a substância está naturalmente presente nas frutas cítricas, como a acerola ou a laranja.
“É importante ressaltar que o corpo não absorve alta quantidade de vitamina C de uma só vez, logo, a alimentação ainda seria a melhor forma de manter os níveis em dia. Para quem usa os comprimidos efervescentes, é válido lembrar que eles contêm altas doses dessa vitamina e não são absorvidos de forma integral”, explica a especialista em nutrição.
Uma boa recomendação é estar atento ao tamanho do suplemento para evitar perdas da vitamina. A nutricionista afirma que, se o comprimido tem 1 grama, é interessante fracioná-lo em algumas partes e ir tomando em doses alternadas para potencializar a absorção da vitamina C.
Outra boa dica é unir a vitamina com a ingestão de ferro. Quando consumidas juntas, essas duas substâncias são absorvidas de forma mais eficiente pelo corpo e seus benefícios são potencializados.
Ferro
O ferro é um mineral essencial e está presente também na hemoglobina, proteína presente nas células do sangue. Ele é indispensável para a saúde e a reprodução das células humanas. Em condições de anemia, por diversas causas, a suplementação de ferro se torna recomendada.
A nutricionista do Metrópoles diz que a forma mais comum de suplementar o mineral é com o sulfato ferroso e, para melhorar a absorção, a presença de vitamina C é essencial. “Na hora do almoço, um suco de frutas cítricas ou espremer limão na salada e na carne pode ajudar, também, na absorção da substância”, afirma Brito.
Outra dica importante caso você esteja tomando suplementos de ferro é diminuir o consumo de cálcio. Dessa forma, o ideal é não tomar o suplemento com leites e derivados para que não haja competição. A cafeína e o zinco também são apontados como vilãos da absorção do ferro.
Cálcio
De acordo com Thaiz Brito, o cálcio é o mineral mais abundante no organismo, estando armazenado principalmente nos ossos. A substância forma uma dupla com o fósforo e é importante para garantir o bom funcionamento do sistema nervoso e a saúde óssea.
A nutricionista relembra que o ferro compete com o cálcio, por isso, não é bom associar proteínas ao ingerir a substância. “O excesso de gorduras na dieta também pode interferir na absorção do mineral. A absorção do cálcio é mediada pela vitamina D, logo, ela se faz um elemento essencial para melhorar a biodisponibilidade”, recomenda.
Vitamina D
A vitamina D aumentou seu protagonismo em tempos de pandemia, quando se intensificou a preocupação com o sistema imune. A substância ajuda a prevenir doenças, como diabetes e obesidade, combate o envelhecimento precoce, fortalece o sistema imunológico e melhora a saúde cardiovascular.
Segundo Brito, a vitamina D pertence ao grupo vitamínico das lipossolúveis, ou seja, são mais bem absorvidas na presença de gorduras. Caso você queira potencializar seus efeitos, seria bom reforçar o consumo de gorduras boas, como abacate e azeite.
Magnésio
O magnésio é um mineral elementar para facilitar a absorção de outras substâncias essenciais para a saúde do corpo, como cálcio, potássio, fósforo e zinco. Por isso, unir os elementos nos suplementos é uma boa recomendação para alguns indivíduos.
“O magnésio é responsável pela contração muscular, regulação da pressão e metabolismo da glicose, primordial, até mesmo, para a saúde cardíaca”, explica a nutricionista.
Caso tenha recebido recomendação para suplementos com magnésio, evite refrigerantes, bebidas alcoólicas e carboidratos refinados para que não haja competição.
Vitamina B
A especialista Carolina Vogado, doutoranda em Nutrição Humana pela Universidade de Brasília (UnB), afirma que esse nutriente é, na verdade, um complexo de várias vitaminas. Cada uma possui as suas particularidades e os seus efeitos. Por isso, é importante que a suplementação seja feita de maneira específica para cada uma das vitaminas.
“A suplementação pode ocorrer por via oral, sublingual ou intravenosa. A preferência é que seja feita na forma do medicamento metilcobalamina, como é predominantemente encontrado no sangue e em outros fluidos corporais”, conta a pesquisadora.
A vitamina B12 é uma das mais procuradas. Ela está presente em alimentos de origem animal, tendo sua suplementação comumente associada às dietas vegetarianas. A deficiência da substância pode levar a sérias alterações neurológicas, como a anemia megaloblástica.
Ômega 3
O ômega 3 é um ácido graxo essencial e sua suplementação pode ser à base de óleo de peixe, mas também de óleo de linhaça e de chia. “Os óleos são compostos pelo ácido eicosapentanóico (EPA), cuja função é reduzir processos inflamatórios e pelo ácido docosahexanóico (DHA), que colabora para os processos cognitivos”, comenta Vogado.
Fique atento porque um bom ômega 3, segundo a especialista, precisa conter boas doses desse ácido, de acordo com a finalidade para a qual ele está sendo utilizado. As doses giram em torno de 1.000 mg, mas podem variar de acordo com o objetivo do tratamento.
“O suplemente deve ser consumido junto a alimentos que são fonte de gordura. Ao comprar seu suplemento, verifique se possui a certificação IFOS, que garante a ausência de metais pesados, dioxinas e furanos”, diz a nutricionista.