Você sabia que é possível armazenar células-tronco de dentes de leite?
O processo custa cerca de R$ 3 mil e pode ser útil no futuro caso o paciente precise corrigir falhas ou fissuras na arcada dentária
atualizado
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As células-tronco têm capacidade de autorrenovação. Isso significa que elas podem se tornar outras células especializadas para o organismo quando receberem os estímulos adequados. Atualmente, há diversos estudos envolvendo possibilidades de uso de células-tronco – só no Instituto Nacional de Saúde Norte Americano (NIH), há registros de pelo menos 600 pesquisas desse tipo em andamento.
Os cientistas desse campo buscam tratamentos para cânceres, doenças cardíacas, neurodegenerativas, autoimunes, entre outras. Na odontologia, o uso das células-tronco está sendo adotado para regeneração de tecidos, tratamentos de canal e recuperação de fissuras lábio-palatinas.
Os dentes representam uma fonte de células-tronco chamadas de mesenquimais, que envelhecem com o indivíduo e, portanto, perdem a capacidade de multiplicação e diferenciação com qualidade. Para serem submetidos ao processo de criopreservação (conservação em baixas temperaturas), as células-tronco precisam ser extraídas da polpa de dentes de leite. O armazenamento deve ser feito no período da troca de dentição das crianças, que acontece entre 6 e 12 anos de idade.
“É importante que o dentinho a ser coletado apresente um terço de volume de raiz ainda presente, garantindo assim a coleta de um volume mais expressivo de células com qualidade”, afirma o cientista, pesquisador e presidente da empresa R-Crio, José Ricardo Muniz Ferreira. O custo para o armazenamento é de cerca de R$ 3 mil e inclui consulta para avaliação, coleta do dente, envio para o laboratório em um período de até 48h, processamento das células, testes de qualidade e criopreservação por um ano. A partir do segundo ano, há uma anuidade para manutenção do material.