Vítimas de ataque cardíaco não se protegem de novos episódios
Levantamento global descobriu que, mesmo após eventos cardiovasculares, pacientes desconhecem a importância de reduzir o “colesterol ruim”
atualizado
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Uma pesquisa feita em 13 países, incluindo o Brasil, descobriu que sobreviventes de infarto do miocárdio não estão se precavendo de maneira correta para evitar um novo episódio. Apesar de terem mudado aspectos da rotina para melhorar a qualidade de vida, os ex-infartados demonstram não saber medidas básicas capazes de prevenir nova ocorrência. O levantamento foi realizado entre junho e julho de 2019 pela empresa de consultoria KRC Research e encomendada pela biofarmacêutica Amgen.
A pesquisa envolveu mais de 3,2 mil pessoas, aproximadamente 250 pacientes de cada país participante: Estados Unidos, México, Brasil, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Espanha, Itália, Holanda, China, Coreia do Sul e Japão. Quase todos os entrevistados (97%) disseram estar realizando ao menos uma ação importante para tentar reduzir o risco de infartar novamente e cerca de 75% declararam ter conversado sobre a possibilidade de um novo episódio com o médico.
Apesar disso, poucos demonstraram estar cientes da importância de manter o LDL, também conhecido como “colesterol ruim”, em um nível considerado seguro. Entre os pacientes pesquisados, 63% disseram não acreditar que o colesterol alto seja uma condição crônica que precise de cuidados em longo prazo.
Dos que estavam com colesterol alto, apenas um em cada cinco afirmou considerar esse fato um fator de risco importante para outro evento cardiovascular. Um terço dos participantes admitiu não ter ideia de seus níveis de colesterol e 44% disseram não monitorá-los regularmente.
A pesquisa mostrou ainda que as mulheres estavam menos informadas sobre seus próprios níveis de colesterol que os homens. Elas também tinham menos informação sobre quais são os níveis ideais de colesterol.
Os dados são preocupantes porque a estimativa é que, entre aqueles que sofreram um evento cardiovascular, 40% tenham novo episódio em até dois anos. Os médicos que acompanham esses pacientes também não estão fazendo totalmente o dever de casa: 24% dos sobreviventes afirmaram que seu médico não discutiu o papel do colesterol nos ataques cardíacos.