Visons com coronavírus fogem e podem espalhar a Covid-19 na natureza
Produtores afirmam que cerca de mil animais escapam todo ano, e em 2020, cerca de 5% estava infectado com o Sars-CoV-2
atualizado
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Na última semana, o governo da Dinamarca afirmou estar preocupado com a fuga de visons contaminados pelo coronavírus. O animal, criado em cativeiro pela indústria de peles, pode ser infectado e, uma vez solto, é possível que passe o Sars-CoV-2 para outros bichos e humanos.
A Dinamarca decidiu sacrificar milhões de animais depois de encontrar a variação de coronavírus dos visons em 214 pacientes com Covid-19.
Segundo Sten Mortensen, coordenador de pesquisa veterinária no órgão responsável por monitorar este tipo de assunto, alguns milhares de visons escapam, todos os anos, das fazendas e há o risco de que cerca de 5% deles esteja contaminado com a Covid-19, em 2020.
“Sabemos que eles são uma espécie invasora e, todos os anos, caçadores e armadilhas matam alguns milhares de visons selvagens. A população que escapa é bastante estável”, afirma, ao jornal The Guardian. Animais infectados não costumam morrer pelo coronavírus, e se recuperam em cerca de duas semanas.
Chance baixa de infecção
O especialista diz que a chance de infectar outros animais é baixa, já que os visons são “criaturas muito solitárias”. Entretanto, é possível que outras espécies tenham contato com as fezes dos bichos, como ferrets, guaxinins e até gatos domésticos.
Caso isso aconteça, pode ser ainda mais difícil controlar a Covid-19: se o vírus evoluir para contaminar outros animais, pode voltar para humanos e expandir a cadeia de transmissão.