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Vírus comum pode determinar evolução dos casos de Covid, diz pesquisa

Pesquisa da Universidade de São Paulo descobriu que quantidade de TTV é diretamente proporcional à permanência de doenças no organismo

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Pessoa com luva azul manuseando tubos de ensaio
1 de 1 Pessoa com luva azul manuseando tubos de ensaio - Foto: CDC/Unsplash

Embora tenham um nome complicado, os torquetenovírus (TTV), são mais comuns do que as pessoas imaginam. Os micro-organismos não estão associados à nenhuma doença por si só, mas podem acentuar os processos infecciosos de outras condições, como a Covid-19. É o que mostra uma análise feita por cientistas da Universidade de São Paulo (USP) publicada na revista científica Plos One: segundo eles, a presença do vírus aumenta as chances de desenvolvimento de problemas no sistema autoimune em infectados pelo coronavírus.

Uma das autoras do artigo e professora da Faculdade de Medicina da USP, Maria Cássia Mendes-Correa, disse à Agência de Notícias da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) que os infectados pela Covid permaneceram doentes por mais tempo em função da presença do TTV.

“Analisamos amostras de 91 pacientes com infecção pelo Sars-CoV-2 confirmada por RT-PCR e de outras 126 pessoas com síndrome gripal que testaram negativo. Observamos que os títulos de TTV aumentaram nos infectados pelo novo coronavírus – quanto mais altos, mais tempo eles permaneceram doentes – e que a queda da carga viral foi acompanhada da resolução dos sintomas. Já nos indivíduos não infectados, a concentração de TTV manteve-se estável durante todo o período sintomático”, contou.

Em parceria com o Instituto de Medicina Tropical de São Paulo (IMT-USP), os cientistas querem entender também como o Sars-CoV-2 é eliminado do organismo. Os pesquisadores afirmaram que todos os participantes do estudo tiveram quadros leves ou moderados de Covid-19 e, pela saliva dos voluntários, foi possível analisar a quantidade de carga viral, tanto do TTV, quanto do Sars-CoV-2. A relação entre os dois, segundo Mendes-Correa, foi considerada diretamente proporcional, ou seja, quando um está alto, o outro também sobe.

“Tivemos então a ideia de analisar nessas amostras a carga de TTV para ver se havia alguma relação com o quadro clínico da Covid-19. E os resultados mostram que o vírus, de fato, pode ser um marcador de evolução e resolução da doença. Quanto mais sintomático o paciente estava, maior era a carga de TTV na amostra. Acredita-se que a Covid-19, ao provocar um desequilíbrio imunológico, pode levar a certo grau de imunodepressão. E isso favorece a replicação do TTV”, explicou.

Saiba como o coronavírus ataca o corpo humano:

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