Vídeo. “Pela primeira vez, Lis é só a Lis e Mel é só a Mel”, diz médico
Mel e Lis foram operadas em 27/04 no Hospital da Criança. Procedimento de separação das gêmeas unidas pelo cérebro durou cerca de 20 horas
atualizado
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A cirurgia inédita e de extrema complexidade realizada nas gêmeas Lis e Mel foi intensamente comemorada pelos pais das crianças e pela equipe do Hospital da Criança de Brasília. As gêmeas, que completam 11 meses nesta quarta-feira (1º de maio), estão em tratamento no centro especializado desde que tinham apenas 2 meses. A raridade do caso e a simpatia das meninas fizeram com que o corpo clínico se apegasse a elas.
O neurocirurgião Benício Oton de Lima, chefe da equipe que realizou o procedimento, destaca o quanto a cirurgia é importante para o futuro das pequenas. “Pela primeira vez, a Lis é só a Lis, e a Mel é só a Mel”, afirmou.
Também lembra que a cirurgia foi realizada em um hospital público, sem custos para os familiares. “Há muita solidariedade aqui, o que, com certeza, foi um diferencial no trabalho. Todos torceram muito por elas”, afirma o médico.
Os pais das crianças, Camilla Vieira Neves, 25 anos, e Rodrigo Martins Aragão, 30, acompanham a recuperação das meninas com ansiedade. “Sabemos que é um momento delicado para a saúde delas, mas estamos felizes e esperançosos por que até aqui tudo está dando certo”, afirma Rodrigo.
A meta da equipe clínica é que, até 1º de junho, quando Mel e Lis completam um ano, elas estejam na enfermaria – ala comum do hospital, brincando com as outras crianças.
Católica, a mãe das meninas não se cansa de agradecer aos médicos – foram “anjos enviados por Deus” e pede orações para as filhas. “Oração nunca é demais. Peço que todos rezem pela recuperação delas”, afirma Camilla.
Funcionária do Ministério da Saúde, ela está afastada do trabalho desde que as meninas nasceram. Também trancou a faculdade na qual estudava. “Estou em dedicação integral às minhas filhas, mas isso me faz feliz. São elas que me fazem sorrir”, afirmou.