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Vídeo: tecnologia 3D mostra um coração humano saudável e outro doente

Cientistas dizem que a tecnologia tem enorme potencial para inspirar novos tratamentos e salvar vidas. Veja vídeo

atualizado

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Divulgação Siemens Healthineers/UCL/ESRF
coração saudavel e doente
1 de 1 coração saudavel e doente - Foto: Divulgação Siemens Healthineers/UCL/ESRF

Uma nova tecnologia que será apresentada nesta semana em Londres permite analisar detalhadamente um coração saudável e outro doente. Especialistas esperam que a técnica possa ajudar a entender melhor as doenças cardiovasculares e acelerar avanços médicos na área.

O professor Peter Lee, autor sênior do estudo de Engenharia Mecânica da University College London (UCL), afirma que é como ter o Google Earth para um coração humano.

“Ele nos permite visualizar o órgão inteiro em escala global e, em seguida, ampliar o zoom para observar as características cardiovasculares com detalhes sem precedentes. Ser capaz de obter imagens de órgãos inteiros dessa forma revela detalhes e conexões que antes eram desconhecidos”, explica o professor em entrevista ao portal The Sun.

O estudo, publicado na revista National Library of Medicine, fornece um mapa do coração humano que captura a estrutura anatômica de todo o órgão até 20 micrômetros, o equivalente a metade da largura de um fio de cabelo.

Ele viabiliza uma visão 3D do interior de dois corações humanos adultos inteiros — um saudável e um doente. A equipe espera que isso “facilite pesquisas antes impossíveis”.

Ao esclarecer estruturas e conexões anatômicas, a tecnologia pode melhorar as opções de tratamento para arritmia (uma anormalidade do ritmo cardíaco) e criar modelos mais realistas para treinamento cirúrgico.

Lee acrescenta que uma das principais vantagens da técnica é que ela obtém uma visão 3D completa do coração, cerca de 25 vezes melhor do que um tomógrafo clínico.

“Além disso, ele pode dar zoom em nível celular em áreas selecionadas de forma 250 vezes melhor para obter os mesmos detalhes que obteríamos por meio de um microscópio, mas sem cortar a amostra”, explica.

O pesquisador Andrew Cook, autor do estudo e anatomista cardíaco do Instituto de Ciências Cardiovasculares da UCL, observou que com a tecnologia atual, uma interpretação precisa da anatomia subjacente a condições como arritmia é muito difícil.

“Portanto, há um enorme potencial para inspirar novos tratamentos usando a técnica de imagem que demonstramos aqui. Acreditamos que nossas descobertas ajudarão os pesquisadores a entender o início das anormalidades do ritmo cardíaco e também a eficácia das estratégias de ablação para curá-las”, explica.

Ele ensina que agora há uma maneira de determinar diferenças na espessura das camadas de tecido e gordura localizadas entre a superfície externa do coração e o saco protetor que envolve o órgão, o que pode ser relevante no tratamento de arritmia.

 

Visão 3D do coração

No estudo, cientistas da UCL e do European Synchrotron Radiation Facility (ESRF) usaram uma técnica de raio-x chamada Tomografia Hierárquica de Contraste de Fase (HiP-CT) para obter imagens de dois corações humanos adultos em uma escala de 20 micrômetros, fornecendo uma visão 3D de todo o órgão.

Embora a pesquisa seja um marco importante para a medicina cardiovascular, os pesquisadores acrescentaram que precisarão estudar mais corações para entender a variação entre as pessoas, levando em consideração diferenças de idade, sexo, etnia e progressão da doença.

O coração saudável veio de um homem de 63 anos sem doença cardíaca, e o outro de uma mulher de 87 anos com histórico de doença cardíaca isquêmica, pressão alta e fibrilação atrial.

“Não seria possível obter imagens do coração de uma pessoa viva dessa maneira, pois a dose de radiação seria muito alta”, afirma Joseph Brunet, primeiro autor do estudo.

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