Veja qual é o principal sintoma de ataque cardíaco em mulheres jovens
Pesquisadores de saúde do coração apontaram sintoma em 90% das mulheres que tiveram infarto e alertam para identificar evento cardíaco
atualizado
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O infarto agudo do miocárdio, conhecido também como ataque cardíaco, está entre as principais causas de morte entre os brasileiros. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), as doenças cardiovasculares são responsáveis pelo dobro de óbitos causados por câncer e matam mais do que todas as causas externas, como acidentes e violência.
A ocorrência de ataques cardíacos é tipicamente relacionada a fatores como idade avançada e condições de saúde (colesterol alto, diabetes e hipertensão são alguns exemplos). Porém, eles podem acontecer em pessoas de qualquer idade e sem fatores de risco.
Especialistas do Instituto de Cardiologia do Hospital de Salpêtrière, na França, apresentaram um estudo no congresso anual da Sociedade Europeia de Cardiologia revelando que, enquanto a incidência de episódios em pessoas mais velhas diminuiu, ela aumentou em indivíduos mais jovens. O grupo com maior mudança no número de casos foi em mulheres entre 35 e 54 anos.
Os pesquisadores conduziram estudos com 314 mulheres com idade média de 45 anos. De acordo com os dados coletados, quase dois terços das participantes apresentaram infarto do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (ataque cardíaco). A condição é caracterizada pela sensação de pressão na região torácica, sendo o principal sintoma do problema em mulheres jovens.
“Mais de 90% das mulheres apresenta dor retroesternal, região localizada atrás do osso do peito. Por isso, os sinais de ataque cardíaco em mulheres têm se manifestado de maneiras atípicas”, explica uma das autoras do artigo, a cardiologista Stéphane Manzo-Silberman, à revista de medicina Medscape. Além das dores torácicas, 60% das participantes tiveram sintomas como arritmias.
A pesquisa mapeou que 75% das participantes eram fumantes, 35% tinham histórico familiar de doenças cardíacas, 33% tiveram complicações na gravidez e 55% passaram por uma situação recente de estresse. A análise também revelou que o uso de cannabis e pílulas anticoncepcionais eram fatores de risco primários em mulheres com menos de 35 anos.
Por causa dos resultados, o grupo de médicos e cientistas elencou os principais sintomas de ataque cardíaco em mulheres jovens e indica que a sensação de pressão na região do peitoral deve sempre acender o alerta para um possível infarto. Eles acrescentam que a possibilidade não deve ser desconsiderada até a realização de exames que descartem a presença de problemas cardiovasculares.
Mais casos em mulheres
De acordo com os pesquisadores, doenças e problemas cardiovasculares são mais frequentes em mulheres devido a gatilhos causados por alterações hormonais, ou pela tendência de terem perfis inflamatórios que causam situações mais graves de saúde.
Outra explicação possível é que os sintomas se manifestam de forma diferente em homens e em mulheres pela forma como a condição se desenvolve: enquanto eles geralmente têm placas que se acumulam nas artérias, elas tendem a ter acúmulo de gordura em vasos sanguíneos menores.
Nas mulheres, doença cardíacas são silenciosas e os sintomas tendem a ser genéricos. A falta de conhecimento dos riscos faz com que as pacientes confundam um ataque do coração com uma gripe ou, até mesmo, com episódios de má-digestão.
Enquanto homens tendem a sentir dor no peito antes de um episódio, elas descrevem a sensação de pressão e aperto. Mesmo durante a ocorrência de um infarto, apenas um terço das pessoas do sexo feminino relata ter tido o sintoma clássico de dor na região peitoral.
Outros sintomas apontados foram falta de ar, fraqueza, fadiga, tontura e sudorese. Os especialistas acreditam que observar os sinais pode ajudar mulheres a detectar a iminência de um infarto fulminante.
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