Confira tuítes que mais bombaram sobre a vacina contra Covid-19 da Rússia
Especialistas no assunto pediram cautela porque não se sabe nada sobre a pesquisa russa
atualizado
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As redes sociais foram à loucura depois de a Rússia ter anunciado uma vacina contra a Covid-19. Foram 41 mil postagens no Twitter com o termo “vacina” até as 14h de terça-feira (11/8), quatro vezes mais tuítes quando comparado ao dia anterior.
Apesar disso, especialistas no assunto não embarcaram na onda de euforia, recomendando cautela em relação ao assunto. A pesquisa foi mantida sob sigilo e, portanto, não foi revisada por cientistas que não fizeram parte de seu desenvolvimento. Chamada de Sputnik V, a vacina foi tratada como uma vitória no país. As informações foram coletadas pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles.
O gráfico a seguir mostra a quantidade de tuítes por dia contendo a palavra vacina desde 23 de julho. Em meio à pandemia, o assunto está em alta com o mínimo de 8,1 mil postagens desde 25 de julho.
É necessário separar o joio do trigo nas publicações sobre o assunto. Para isso, uma ferramenta útil é o Science Pulse, que aglomera informações de perfis de cientistas no Twitter. Entre eles, a vacina também era o assunto mais comentado nas mensagens em português. E a postagem que fez mais sucesso entre cientistas é a do biólogo e divulgador científico Atila Iamarino.
Sobre a "1a vacina contra COVID", a vacina russa Sputnik V: adorei o nome, mas não tem resultado, o tempo não bate e ela não segue boas práticas. Não é registrada, não publicaram artigos ou testes, nem mostraram que é segura. Segue um fio com a melhor info que tenho.
— Atila Iamarino (@oatila) August 11, 2020
O tom é bem diferente da mensagem que mais teve engajamento como um todo
"Você confiaria numa vacina da Rússia?"
meu filho eu já comi muito miojo e salgado em rodoviária nessa vida pra ter esse tipo de critério
— Leonardo (@leonardolaterza) August 11, 2020
O Science Pulse monitora também perfis que postam em inglês. Nesse caso, a vacina também estava entre os assuntos mais comentados. O tuíte com maior repercussão entre cientistas em inglês foi feito pelo professor do departamento de Microbiologia da Escola de Medicina da Mount Sinai, universidade americana localizada em Nova York, Florian Krammer.
Ele diz que “não tem certeza qual a intenção da Rússia, mas ele certamente não tomaria uma vacina que não foi testada em fase 3. Ninguém sabe se ela é segura ou se funciona. Eles estão colocando os trabalhadores da saúde e sua população em risco”, apontou.
Not sure what Russia is up to but I certainly would not take a vaccine that hasn't been tested in Phase III. Nobody knows if its safe or if it works. They are putting HCWs and their population at risk.
— Florian Krammer (@florian_krammer) August 11, 2020