metropoles.com

Saiba o que é preciso conferir quando receber a vacina contra Covid-19

Enfermeiro ensina como garantir que a imunização ocorra corretamente. Profissionais de saúde podem ser punidos caso falsifiquem vacinação

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
iStock
seringa
1 de 1 seringa - Foto: iStock

Os recentes casos de enfermeiros e técnicos de enfermagem suspeitos de simular a aplicação da vacina contra a Covid-19 têm suscitado preocupação. De acordo com o enfermeiro Walkírio Almeida, integrante do Comitê Gestor de Crise e chefe do Departamento de Gestão do Exercício Profissional do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), apesar de a maioria dos enfermeiros e técnicos de enfermagem zelarem pelo cumprimento à risca dos protocolos de vacinação, é preciso tomar cuidado para evitar cair em golpes de profissionais mal intencionados.

Walkírio Almeida explica que, no Brasil, não está sendo adotado o sistema de monodoses, em que as seringas já vêm de fábrica com as doses que serão aplicadas. As vacinas contra o coronavírus utilizadas no país têm sido envasadas em frascos de 5 ml. A quantidade é suficiente para imunizar 10 pessoas, uma vez que cada dose é de 0,5 ml.

Antes de receber a vacina, a primeira providência sugerida pelo enfermeiro é se certificar de que o líquido seja aspirado na seringa no momento da injeção. “O profissional deve permitir que a pessoa veja o líquido que ele está aspirando e que esse medicamento está preenchendo a seringa na quantidade adequada”, complementa.

Outro cuidado importante é, após a aplicação do imunizante, conferir se a seringa está, de fato, vazia. “Apesar de serem casos isolados e por razões que não conseguimos saber, o Cofen tem recomendado que os profissionais de enfermagem se certifiquem que a pessoa tenha certeza de que recebeu a dose que deveria”, reforça Walkírio.

É possível, ainda, fotografar ou filmar a vacinação, desde que a imagem do profissional de saúde que está aplicando o imunizante seja preservada. “Em um esquema de drive thru [em que o indivíduo não precisa sair do carro para receber a vacina], pode ser que a pessoa tenha uma redução do campo visual, mas em postos de vacinação tradicionais o registro é possível e recomendado”, explica o enfermeiro.

Após a aplicação da vacina, os profissionais de saúde fornecem um comprovante, chamado carteira de vacinação, com a data, o imunizante aplicado e o lote do medicamento. No documento, também estará registrada a assinatura e identificação do profissional que realizou a aplicação.

O registro de quem já foi vacinado vai para o sistema e-SUS, mas é preciso que o usuário faça seu cadastro previamente. A recomendação do governo é que todo cidadão preencha o formulário do cadastro, mesmo que tenha plano de saúde. Isso porque é com base na quantidade de registros que o Ministério da Saúde calcula o repasse de verbas que será destinado a cada cidade.

Funcionários podem ser punidos

Segundo Walkírio Almeida, os conselhos de enfermagem do Brasil inteiro estão de olho em acusações de falsas imunizações. “Estes profissionais terão de esclarecer e comparecer aos conselhos para explicar as razões pelas quais eles tiveram essas condutas. Eles também estão sujeitos a sofrer penalidades.”

A punição mais branda, segundo Almeida, é a advertência verbal. O profissional também pode receber uma censura, que é uma advertência por escrito, em que ele recebe um documento com um texto que o repreende pela conduta inadequada.

Também está previsto para casos mais graves o pagamento de multa, que pode variar de uma a 10 anuidades. “Cada estado tem seus valores de anuidade, mas, de forma geral, cada uma custa de R$ 300 a R$ 350”, estima Walkírio Almeida. Para técnicos de enfermagem, o valor unitário é de R$ 200 a R$ 300.

O profissional de saúde pode, ainda, ter seu direito de exercício profissional suspenso por até 90 dias. O salário pode ser cortado durante o período, a depender da decisão do empregador. A pena mais severa é a cassação do exercício profissional por até 30 anos. Esta última punição é a única que não é aplicada por conselhos regionais de enfermagem, mas sim pelos conselhos federais da profissão.

Nesta segunda-feira (22/2), a técnica de enfermagem Rozemary Gomes Pita foi indiciada pela polícia por peculato e crime contra a saúde pública. A profissional é acusada por fingir aplicar a vacina contra o novo coronavírus em um idoso, morador de Niterói, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O Ministério Público do estado a denunciou à Justiça e pediu a prisão preventiva dela.

12 imagens
1 de 12

2 de 12

3 de 12

4 de 12

5 de 12

6 de 12

7 de 12

8 de 12

9 de 12

10 de 12

11 de 12

12 de 12

 

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?