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Veja como evitar “erros de imunização” ao se vacinar contra Covid

Infectologista esclarece principais pontos que devem ser observados para garantir que a imunização seja feita corretamente

atualizado

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Gustavo Moreno / Especial para o Metrópoles
Vacina
1 de 1 Vacina - Foto: Gustavo Moreno / Especial para o Metrópoles

Aproximadamente seis meses desde o início da vacinação contra a Covid-19 no país, pouco mais de 40% dos brasileiros receberam ao menos uma dose dos imunizantes disponíveis. Milhões de pessoas seguem na espera pelo momento em que terão direito a se vacinar.

Quando chegar a hora, é importante ficar atento a alguns detalhes para garantir que a imunização seja feita corretamente, sem erros, e a ansiedade não se torne uma frustração.

O Ministério da Saúde considera como erro de imunização os “eventos adversos evitáveis”, que devem ser minimizados através do treinamento adequado dos vacinadores e com uso da técnica correta de vacinação. A infectologista Ana Helena Germoglio tira algumas dúvidas sobre a imunização e esclarece o que deve ser feito para contornar erros.

Extravasamento da dose

Vazou? Fique atento se a dose contida na seringa é aplicada corretamente. O Ministério da Saúde considera que o extravasamentos durante ou após a aplicação de uma vacina – seja no local da injeção ou na conexão entre a seringa e a agulha – são erros de imunização.

A pasta esclarece que cada caso deve ser avaliado individualmente, mas o vazamento de pequenos volumes (duas ou três gotas, por exemplo), não deve provocar prejuízos à resposta imune das pessoas porque habitualmente os volumes de dose recomendados contém um excesso de antígeno como margem de erro.

No entanto, caso seja observado o extravasamento de grandes volumes de vacina, a recomendação é que uma nova dose seja aplicada imediatamente.

A infectologista Ana Helena explica que, no caso das vacinas entregues em frascos multidose, em que a seringa precisa ser preparada no momento da aplicação, o profissional precisa ficar atento ao encaixe correto da agulha para que não haja o extravasamento.

Dose de reforço de outro fabricante

A Anvisa ainda não autorizou a intercambialidade de vacinas, ou seja, a aplicação de imunizantes fabricados em plataformas diferentes. No entanto, a infectologista esclarece que caso ocorra, essa pessoa deve ser considerada imunizada, sem a necessidade de tomar uma terceira dose compatível com a primeira.

“Não vai fazer mal. Essa pessoa deve acompanhar e notificar qualquer reação que se sinta”, afirma Ana Helena. “Já existem estudos da Pfizer e AstraZenca que indicam que este esquema de vacinação é seguro, mas você não deve fazer deliberadamente”, pontua.

Alguns países como o Canadá e a França chegaram a recomendar que pessoas que receberam a primeira dose da AstraZeneca recebessem o reforço com a Pfizer após as notificações de casos raros de formação de coágulos sanguíneos.

Enfermeiros precisam usar luvas?

Não é necessário. A luva funciona como um equipamento de proteção individual (EPI) para o próprio profissional de saúde. Ela se torna dispensável durante a vacinação, uma vez que não terá contato com sangue ou secreções, mas é fundamental que ele mantenha as mãos limpas.

A pele deve ser higienizada antes da injeção?

Não. O correto é não passar álcool no local da aplicação pois o produto pode afetar algumas substâncias presentes nas vacinas. “Existe um manual de imunizantes anterior à Covid-19 que esclarece que o álcool pode causar interferência nos imunizantes. No máximo, o profissional deve passar um algodão limpo, sem nada”, explica a infectologista.

Posso tomar a vacina se estiver com sintomas da Covid-19?

Não. Mesmo as pessoas que já se recuperaram da doença devem esperar 30 dias após o início dos sintomas para tomar uma dose da vacina. A doença não interfere na resposta imunológica do paciente, mas a orientação serve para que seja possível distinguir os sintomas de possíveis efeitos colaterais da vacina.

“Essa é a mesma lógica usada para outros imunizantes. A recomendação é que, tendo qualquer sintoma de doença – febre, enjoo, vômito – você postergue a vacinação”, diz a infectologista.

Respeite o intervalo mínimo entre as doses

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda que as doses da Coronavac sejam aplicadas com um intervalo de duas a quatro semanas; as da AstraZeneca de quatro a 12 semanas; e a da Pfizer com um espaço maior ou igual a três semanas. Até que haja uma nova orientação, esses prazos devem ser seguidos para garantir a melhor resposta imunológica do organismo.

O Ministério da Saúde recomenda que doses aplicadas com um intervalo menor do que 14 dias sejam desconsideradas e seja feito um novo agendamento para a aplicação de outra dose respeitando o intervalo recomendado desde a data da primeira injeção.

“É como se você estivesse tomando a segunda dose quando o corpo ainda está respondendo à primeira. Então você não teria um efeito booster (catalisador) significativo porque o organismo ainda está lidando com a primeira e não dá conta de montar essa resposta imune de forma suficiente”, esclarece Ana Helena.

Os atrasos em relação ao intervalo máximo recomendado para cada vacina também devem ser evitados, uma vez que não se pode assegurar a proteção até a administração da segunda dose. Nesses casos, o esquema vacinal deve ser completado com a administração da segunda dose o mais rápido possível. Não é necessário aplicar uma terceira dose.

Saiba como as vacinas contra Covid-19 atuam:

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