Dieta vegana na gravidez aumenta risco de pré-eclâmpsia, diz estudo
Adotar a dieta que exclui totalmente as proteínas animais do cardápio pode levar a problemas de saúde sérios durante a gestação
atualizado
Compartilhar notícia
De acordo com um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, e publicado na última quarta (24/1), pode ser perigoso manter uma dieta vegana durante a gestação.
Foi identificado um risco cinco vezes maior de pré-eclâmpsia entre mães veganas. Além disso, seus filhos, ao nascer, tiveram em média 240 gramas a menos de peso do que os bebês de mulheres sem restrições alimentares.
A pré-eclâmpsia é um aumento da pressão arterial e da eliminação de proteínas na urina da gestante. Ela indica um risco médico elevado de desenvolver a eclâmpsia: a condição grave, uma das maiores responsáveis por mortes maternas, ocorre quando proteínas do feto são liberadas no corpo da mulher, gerando uma resposta alérgica. O quadro é caracterizado por convulsões, sangramento vaginal e coma.
Risco maior às veganas
Nenhuma proteína de origem animal, incluindo carnes, ovos e leite, é permitida na dieta vegana. Com a popularização do estilo de alimentação, os pesquisadores decidiram avaliar os seus impactos durante a gestação.
O estudo publicado na revista científica Acta Obstetricia Et Gynecologica Scandinavica foi feito com dados de saúde de gestantes da Dinamarca. Os médicos consideraram que 66 mil cadastros tinham dados suficientes sobre a dieta das futuras mamães, mas apenas 18 mulheres eram veganas.
Ainda assim, os pesquisadores consideraram que era possível comparar proporcionalmente os dados obtidos. Tanto mães ovo-lacto-vegetarianas (que só não comem carne de animais) e veganas tiveram menos ingestão de proteínas que as onívoras: 13% e 10%, respectivamente, comparados com os 15% das mulheres que comiam de tudo.
Para os pesquisadores, essa diferença nutricional se revelou perigosa às veganas, contribuindo para a queda do peso dos bebês. Elas também ingerem poucas vitaminas e nutrientes, o que foi amenizado por suplementos dietéticos, mas alguns impactos permaneciam.
“Nossa base de dados não permite uma afirmação categórica, mas outros estudos já sugeriram uma ligação entre a baixa ingestão de proteínas, cálcio ou vitamina D a um maior risco de pré-eclâmpsia”, afirma o texto dos pesquisadores.
Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!