metropoles.com

Varíola dos macacos pode causar perda de visão e inflamação do cérebro

Pesquisas de surtos anteriores apontam que, apesar da maioria dos casos ser leve, quadros graves podem incluir complicações a longo prazo

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
SCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images
Homem com um das mãos em cima do olho. Ele tem barba preta e usa camiseta clara - Metrópoles
1 de 1 Homem com um das mãos em cima do olho. Ele tem barba preta e usa camiseta clara - Metrópoles - Foto: SCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images

A varíola dos macacos não costuma causar problemas sérios para a saúde dos infectados a longo prazo, mas, em crianças e pacientes dos grupos de risco, pesquisadores já associaram a infecção a problemas de visão e inflamação cerebral, conhecida como encefalite.

Uma das principais complicações apresentadas é a conjuntivite, que esteve presente em 23% dos pacientes identificados em surtos entre 2010 e 2013 no Congo. Essa característica foi ainda mais frequente em crianças menores de 10 anos que tiveram sintomas como dor de garganta, náusea e sensibilidade à luz.

Quando há presença de conjuntivite, existe risco de cicatrizes que podem levar à perda de visão. Em um estudo que analisou cerca de 330 pacientes entre 1981 e 1986 na atual região do Congo, concluiu-se que pessoas infectadas por animais tinham sequelas mais graves do que aquelas contaminadas por outros humanos.

“Os casos que podem levar à cegueira e inoculação do vírus no olho não acontecem em todo mundo. Mas, de todas as sequelas da varíola dos macacos, talvez seja a mais comum”, afirma a virologista Clarissa Damaso, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e assessora do comitê da Organização Mundial da Saúde (OMS) para pesquisa com o vírus da varíola, em entrevista à Folha de S.Paulo.

A virologista explica que os problemas oculares podem ocorrer quando a pessoa toca em alguma lesão corporal causada pela varíola dos macacos e depois encosta no olho sem higienizar a mão primeiro. Ela diz que isso acontece porque, assim como em doenças como a catapora, à medida que as feridas vão secando, elas começam a coçar, e passar as mãos nos olhos pode ser involuntário. Clarissa alerta que os pacientes não coloquem a mão no olho de maneira alguma.

7 imagens
A doença foi diagnosticada pela primeira vez nos seres humanos em 1970. De acordo com o perfil dos pacientes infectados atualmente, maioria homossexual ou homens que fazem sexo com homens (HSH), especialistas desconfiam de uma possível contaminação por via sexual, além de pelo contato com lesões em pessoas doentes ou gotículas liberadas durante a respiração
Segundo o Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC),  "qualquer pessoa, independentemente da orientação sexual, pode espalhar a varíola de macacos por contato com fluidos corporais ou itens compartilhados (como roupas e roupas de cama) contaminados"
Inicialmente, a varíola de macacos é transmitida por contato com macacos infectados ou roedores, e é mais comum em países africanos. Antes do surto atual, somente quatro países fora do continente tinham identificado casos na história
Entre os sintomas da condição estão: febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas costas, inchaço nos linfonodos, exaustão e calafrios. Também há bolinhas que aparecem no corpo inteiro (principalmente rosto, mãos e pés) e evoluem, formando crostas, que mais tarde caem
O período de incubação do vírus varia de sete a 21 dias, mas os sintomas, que podem ser muito pruriginosos ou dolorosos, geralmente aparecem após 10 dias
1 de 7

Recentemente, diversos países têm registrado casos de pacientes diagnosticados com varíola de macaco, doença rara causada pelo vírus da varíola símia. Segundo a OMS, a condição não é considerada grave: a taxa de mortalidade é de 1 caso a cada 100. Porém, é a primeira vez que se tornou identificada em grande escala fora do continente africano

Getty Images
2 de 7

A doença foi diagnosticada pela primeira vez nos seres humanos em 1970. De acordo com o perfil dos pacientes infectados atualmente, maioria homossexual ou homens que fazem sexo com homens (HSH), especialistas desconfiam de uma possível contaminação por via sexual, além de pelo contato com lesões em pessoas doentes ou gotículas liberadas durante a respiração

Lucas Ninno/ Getty Images
3 de 7

Segundo o Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), "qualquer pessoa, independentemente da orientação sexual, pode espalhar a varíola de macacos por contato com fluidos corporais ou itens compartilhados (como roupas e roupas de cama) contaminados"

Roos Koole/ Getty Images
4 de 7

Inicialmente, a varíola de macacos é transmitida por contato com macacos infectados ou roedores, e é mais comum em países africanos. Antes do surto atual, somente quatro países fora do continente tinham identificado casos na história

seng chye teo/ Getty Images
5 de 7

Entre os sintomas da condição estão: febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas costas, inchaço nos linfonodos, exaustão e calafrios. Também há bolinhas que aparecem no corpo inteiro (principalmente rosto, mãos e pés) e evoluem, formando crostas, que mais tarde caem

Wong Yu Liang / EyeEm/ Getty Images
6 de 7

O período de incubação do vírus varia de sete a 21 dias, mas os sintomas, que podem ser muito pruriginosos ou dolorosos, geralmente aparecem após 10 dias

Melina Mara/The Washington Post via Getty Images
7 de 7

Por ser uma doença muito parecida com a varíola, a vacina contra a condição também serve para evitar a contaminação

Natalia Gdovskaia/ Getty Images

Outra complicação associada à varíola dos macacos em estudos prévios é a encefalite, causada por uma infecção que leva à inflamação do cérebro. Em um caso de surto da doença nos Estados Unidos em 2003, apenas uma criança de uma família infectada pelo vírus evoluiu para o quadro de encefalite, enquanto os pais tiveram sintomas mais comuns.

Os primeiros sintomas de encefalite em crianças pequenas são dor de cabeça forte, sonolência, compulsões, confusão mental e dificuldades motoras. Para a professora de pós-graduação em doenças infecciosas e parasitárias da UFRJ, Marzia Puccioni, os pais e pediatras devem estar atentos a esses sintomas.

Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?