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Variante do AM dribla sistema imunológico e causa reinfecção, diz USP

Pesquisa realizada em parceria com cientistas de Oxford sugere que cepa tenha infectado ao menos 25% de pessoas que já haviam tido Covid-19

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A variante brasileira do novo coronavírus, chamada de P.1, é mais transmissível do que as cepas anteriores em circulação no país e mais resistente aos anticorpos que combatem o vírus, de acordo com um estudo feito em conjunto por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Oxford, da Inglaterra, divulgado nesta terça-feira (2/3).

Os pesquisadores do Centro Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE) observaram que, em apenas sete semanas, a P.1 se tornou a linhagem do Sars-CoV-2 mais prevalente em Manaus (AM). Os primeiros casos de infecção com a cepa foram registrados ainda em novembro de 2020, de acordo com estudo.

A equipe coordenada pela imunologista e professora do Instituto de Medicina Tropical da USP Ester Sabino e pelo pesquisador da Universidade de Oxford Nuno Faria avaliou a análise genômica de 184 amostras de secreção nasofaríngea de pacientes diagnosticados com a doença entre novembro de 2020 e janeiro de 2021, em um laboratório de Manaus.

“A mensagem que os dados passam é: mesmo quem já teve Covid-19 precisa continuar se precavendo. A nova cepa é mais transmissível e pode infectar até mesmo quem já tem anticorpos contra o novo coronavírus”, disse Sabino à agência de notícias da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Por meio de uma modelagem matemática, cruzando dados genômicos e de mortalidade, os cientistas calcularam que a P.1 é entre 1,4 e 2,2 vezes mais transmissível que as demais linhagens.

Ela também demonstrou ser capaz de driblar o sistema imunológico em 25% a 61% das pessoas diagnosticadas previamente com Covid-19 e causar uma nova infecção. “Foi isso que aconteceu em Manaus. A maior parte da população já tinha imunidade e mesmo assim houve uma grande epidemia”, afirmou Sabino.

A descoberta acende um alerta sobre a eficácia das vacinas no combate à Covid-19, em especial neste momento no qual aumentam os casos relacionados à variante brasileira no mundo.

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