Variante de Manaus da Covid consegue escapar de anticorpos, diz estudo
Cientistas da Fiocruz descobriram que a P.1 passou por mutações que facilitam a reinfecção. As vacinas ainda garantem a proteção
atualizado
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Um estudo feito por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indica que a variante P.1 do novo coronavírus, identificada pela primeira vez em Manaus, consegue driblar os anticorpos gerados pela infecção natural do vírus. Ou seja, ela pode causar reinfecções.
Por outro lado, a variante – batizada recentemente de gamma, segundo a nova classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS) – não consegue fugir da proteção conferida pelas vacinas contra a Covid-19. A descoberta reforça a importância de acelerar o ritmo de vacinação no país.
O estudo do grupo de cientistas liderado pelo pesquisador Roberto Lins foi publicado na quarta-feira (2/6), na revista científica Chemical Communications.
Depois de desenvolver uma plataforma computacional que analisa rapidamente as interações dos anticorpos com as variantes, os pesquisadores observaram que a gamma passou por mutações no genoma do coronavírus. Isso a tornou mais resistente ao ataque de anticorpos.
Segundo Lins, ao perder partes da proteína S que são reconhecidas pelos anticorpos, ela fica invisível para os anticorpos produzidos anteriormente. Sobretudo contra as variantes da na primeira onda da pandemia, pelo sistema imunológico, que deveriam atacar essas regiões do vírus.
Eles também observaram que a variante P2 – classificada agora como zeta –, encontrada no Rio de Janeiro, não consegue escapar da ação dos anticorpos gerados por infecção anteriores.
Os pesquisadores ainda não analisaram a resposta celular contra as variantes, outra proteção importante que o corpo produzi após infecções.
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