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Estresse crônico é mais comum entre usuários de vape, diz estudo

Pesquisa apresentada no Congresso Internacional da Sociedade Respiratória Europeia mostra prejuízos do vape na saúde mental de jovens

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Foto de mulher jovem de perfil fumando vape anvisa consulta pública - Metrópoles
1 de 1 Foto de mulher jovem de perfil fumando vape anvisa consulta pública - Metrópoles - Foto: Getty Images

Pesquisadores do Hospital para Crianças Doentes (SickKids) de Toronto, no Canadá, afirmam que os usuários jovens de cigarros eletrônicos (vapes) –têm duas vezes mais probabilidade de relatar estresse crônico quando comparados às demais pessoas da mesma faixa etária.

A descoberta foi apresentada pela pesquisadora Teresa To, no Congresso Internacional da Sociedade Respiratória Europeia (ERS, na sigla em inglês). O evento ocorreu em Milão, na Itália, entre os dias 9 e 13 de setembro.

Um estudo anterior, também feito pela cientista, já trazia evidências de que o uso do vape aumenta a predisposição do usuário a sofrer ataques de asma.

“Pesquisas estão começando a mostrar que usar vapes afeta a saúde física e mental dos jovens. Neste novo estudo, focamos na relação entre o uso de vapes, saúde mental e qualidade de vida dos jovens”, explicou a autora, em comunicado à imprensa.

Vape e saúde mental

No novo estudo, os pesquisadores avaliaram os dados de 905 jovens, com idades entre 15 e 30 anos, residentes do Canadá. Desses, 115 (12,7%) afirmaram usar ou já ter usado cigarros eletrônicos em algum momento da vida.

A pesquisa também levou em consideração fatores conhecidos pela relação com o estresse, como consumo de bebidas alcoólicas, renda insuficiente e problemas de saúde, como asma e diabetes.

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Em uma embalagem colorida, com sabores diferentes, sem o cheiro ruim do cigarro tradicional e com uma grande quantidade de fumaça, os produtos são muito comuns, especialmente, entre pessoas de 18 a 24 anos, apesar de serem proibidos no Brasil
No geral, o produto é composto por bateria, atomizador, microprocessador, lâmpada LED e cartucho de nicotina líquida. Esses mecanismos são responsáveis por aquecer o líquido que produz o vapor inalado pelos usuários
Apesar de serem bastante usados no mundo inteiro e, inicialmente, tenham sido introduzidos no comércio como uma alternativa para os cigarros comuns, os vapes são perigosos para a saúde, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM)
Os médicos afirmam que os cigarros eletrônicos são “uma ameaça à saúde pública” e oferecem ainda mais riscos do que os cigarros comuns, além de serem porta de entrada dos jovens no mundo da nicotina
Esses especialistas afirmam que o filamento de metal que aquece o líquido é composto de metais pesados que acabam sendo inalados, como o níquel, substância cancerígena
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Cada vez mais popular no Brasil, o vape, cigarro eletrônico ou e-cigarrette tem se tornado um verdadeiro fenômeno entre os jovens. O produto, geralmente, tem aparência semelhante a de um cigarro comum, mas também pode ser encontrado em formato de pen drive ou caneta

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Em uma embalagem colorida, com sabores diferentes, sem o cheiro ruim do cigarro tradicional e com uma grande quantidade de fumaça, os produtos são muito comuns, especialmente, entre pessoas de 18 a 24 anos, apesar de serem proibidos no Brasil

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No geral, o produto é composto por bateria, atomizador, microprocessador, lâmpada LED e cartucho de nicotina líquida. Esses mecanismos são responsáveis por aquecer o líquido que produz o vapor inalado pelos usuários

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Apesar de serem bastante usados no mundo inteiro e, inicialmente, tenham sido introduzidos no comércio como uma alternativa para os cigarros comuns, os vapes são perigosos para a saúde, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM)

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Os médicos afirmam que os cigarros eletrônicos são “uma ameaça à saúde pública” e oferecem ainda mais riscos do que os cigarros comuns, além de serem porta de entrada dos jovens no mundo da nicotina

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Esses especialistas afirmam que o filamento de metal que aquece o líquido é composto de metais pesados que acabam sendo inalados, como o níquel, substância cancerígena

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Ainda segundo os especialistas, o líquido produzido pelo cigarro eletrônico tem pelo menos 80 substâncias químicas consideradas perigosas e responsáveis por reforçar a dependência na nicotina

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Além disso, o uso diário de cigarros eletrônicos causa estado inflamatório em vários órgãos do organismo, incluindo o cérebro. Novas pesquisas indicam que a utilização também pode desregular alguns genes e fazer com que o usuário desenvolva uma condição chamada EVALE, lesão causada pelo produto nos pulmões

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O neurologista Wanderley Cerqueira, do Hospital Albert Einstein, explica que os efeitos no usuário variam dependendo da nicotina e dos sabores líquidos, que influenciam a forma como o corpo responde às infecções. Segundo ele, vapes de menta, por exemplo, deixam as pessoas mais sensíveis aos efeitos da pneumonia bacteriana do que outros aromatizantes

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O especialista alerta que as células imunológicas parecem ser desativadas à medida que os pulmões são continuamente encharcados com produtos químicos. Esse processo enfraquece as defesas do organismo contra ameaças como pneumonia ou câncer

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Ainda segundo o médico, mesmo os vapes sem sabor são perigosos. Isso porque eles possuem outros aditivos químicos em sua composição, como propilenoglicol, glicerina, formaldeído e a própria nicotina, que causa câncer

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Uma pesquisa da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, encontrou níveis perigosos de toxinas em produtos usados para conferir sensação mentolada em cigarros eletrônicos. Foram verificados problemas em várias marcas dessas substâncias mas, principalmente, na Puffbar, uma das mais populares do mundo

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Os cientistas encontraram níveis das toxinas WS-3 e WS-23 acima dos considerados seguros pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no fluido do produto. Dos 25 líquidos analisados, 24 tinham WS-3, por exemplo

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As substâncias são usadas em aditivos alimentícios para dar o “frescor” do mentolado sem o sabor de menta, mas não devem ser inaladas. Elas são encontradas também em produtos nos sabores de manga ou baunilha

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Ansiedade e depressão

Embora os usuários de vape praticassem mais exercício físico, eles apresentavam mais queixas relacionadas a estresse crônico, um problema que pode levar a distúrbios como ansiedade e depressão.

“Não sabemos por que os jovens que usam cigarros eletrônicos tendem a ser mais ativos fisicamente, mas pode ser que estejam tentando controlar o peso com exercícios e acreditem que a vaporização pode ajudar”, considera.

Teresa To ressalta, porém, que não está claro se o uso do vape fez com que os jovens desenvolvessem estresse crônico ou se eles começaram a usar o cigarro eletrônico como uma fuga à carga mental.

“É importante que os jovens que sofrem de estresse crônico recebam apoio desde o início para os ajudar a evitar o recurso a mecanismos de sobrevivência pouco saudáveis, como vaporizar ou fumar. O estresse e a ansiedade podem desencadear o desejo de fumar, tornando mais difícil para o usuário parar de fumar”, reconhece a pesquisadora.

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