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Vape altera o DNA da boca tanto quanto o cigarro, sugere estudo

Pesquisa apontou que o tabagismo, mesmo com o uso de vapes, leva a alterações na boca que podem se desenvolver e até se tornar câncer

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Jovem mulher com a cabeça em uma nuvem de fumaça de vapor formada por vape - Metrópoles
1 de 1 Jovem mulher com a cabeça em uma nuvem de fumaça de vapor formada por vape - Metrópoles - Foto: Getty Images

Fumar vape pode levar a alterações prejudiciais do DNA semelhantes às de pessoas que fumam cigarro convencional. Uma pesquisa feita por cientistas ingleses apontou que os efeitos nocivos do tabagismo no funcionamento genético do organismo são semelhantes.

O estudo foi publicado na revista científica Cancer Research na terça-feira (19/3). Embora a pesquisa ainda não aponte se os cigarros eletrônicos levam a cânceres semelhantes aos causados pela versão tradicional, ela é um indicativo de que, a longo prazo, as alterações genéticas podem favorecer a formação de tumores.

Usuários de vape apresentam algumas alterações epigenéticas nas células bucais semelhantes às dos fumantes e elas estão associadas ao futuro desenvolvimento de câncer de pulmão. Cigarros eletrônicos parecem ter menos impacto, mas eles não são seguros”, resume a geneticista Chiara Herzog, líder do estudo, em comunicado à imprensa.

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Em uma embalagem colorida, com sabores diferentes, sem o cheiro ruim do cigarro tradicional e com uma grande quantidade de fumaça, os produtos são muito comuns, especialmente, entre pessoas de 18 a 24 anos, apesar de serem proibidos no Brasil
No geral, o produto é composto por bateria, atomizador, microprocessador, lâmpada LED e cartucho de nicotina líquida. Esses mecanismos são responsáveis por aquecer o líquido que produz o vapor inalado pelos usuários
Apesar de serem bastante usados no mundo inteiro e, inicialmente, tenham sido introduzidos no comércio como uma alternativa para os cigarros comuns, os vapes são perigosos para a saúde, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM)
Os médicos afirmam que os cigarros eletrônicos são “uma ameaça à saúde pública” e oferecem ainda mais riscos do que os cigarros comuns, além de serem porta de entrada dos jovens no mundo da nicotina
Esses especialistas afirmam que o filamento de metal que aquece o líquido é composto de metais pesados que acabam sendo inalados, como o níquel, substância cancerígena
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Cada vez mais popular no Brasil, o vape, cigarro eletrônico ou e-cigarrette tem se tornado um verdadeiro fenômeno entre os jovens. O produto, geralmente, tem aparência semelhante a de um cigarro comum, mas também pode ser encontrado em formato de pen drive ou caneta

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Em uma embalagem colorida, com sabores diferentes, sem o cheiro ruim do cigarro tradicional e com uma grande quantidade de fumaça, os produtos são muito comuns, especialmente, entre pessoas de 18 a 24 anos, apesar de serem proibidos no Brasil

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No geral, o produto é composto por bateria, atomizador, microprocessador, lâmpada LED e cartucho de nicotina líquida. Esses mecanismos são responsáveis por aquecer o líquido que produz o vapor inalado pelos usuários

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Apesar de serem bastante usados no mundo inteiro e, inicialmente, tenham sido introduzidos no comércio como uma alternativa para os cigarros comuns, os vapes são perigosos para a saúde, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM)

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Os médicos afirmam que os cigarros eletrônicos são “uma ameaça à saúde pública” e oferecem ainda mais riscos do que os cigarros comuns, além de serem porta de entrada dos jovens no mundo da nicotina

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Esses especialistas afirmam que o filamento de metal que aquece o líquido é composto de metais pesados que acabam sendo inalados, como o níquel, substância cancerígena

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Ainda segundo os especialistas, o líquido produzido pelo cigarro eletrônico tem pelo menos 80 substâncias químicas consideradas perigosas e responsáveis por reforçar a dependência na nicotina

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Além disso, o uso diário de cigarros eletrônicos causa estado inflamatório em vários órgãos do organismo, incluindo o cérebro. Novas pesquisas indicam que a utilização também pode desregular alguns genes e fazer com que o usuário desenvolva uma condição chamada EVALE, lesão causada pelo produto nos pulmões

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O neurologista Wanderley Cerqueira, do Hospital Albert Einstein, explica que os efeitos no usuário variam dependendo da nicotina e dos sabores líquidos, que influenciam a forma como o corpo responde às infecções. Segundo ele, vapes de menta, por exemplo, deixam as pessoas mais sensíveis aos efeitos da pneumonia bacteriana do que outros aromatizantes

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O especialista alerta que as células imunológicas parecem ser desativadas à medida que os pulmões são continuamente encharcados com produtos químicos. Esse processo enfraquece as defesas do organismo contra ameaças como pneumonia ou câncer

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Ainda segundo o médico, mesmo os vapes sem sabor são perigosos. Isso porque eles possuem outros aditivos químicos em sua composição, como propilenoglicol, glicerina, formaldeído e a própria nicotina, que causa câncer

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Uma pesquisa da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, encontrou níveis perigosos de toxinas em produtos usados para conferir sensação mentolada em cigarros eletrônicos. Foram verificados problemas em várias marcas dessas substâncias mas, principalmente, na Puffbar, uma das mais populares do mundo

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Os cientistas encontraram níveis das toxinas WS-3 e WS-23 acima dos considerados seguros pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no fluido do produto. Dos 25 líquidos analisados, 24 tinham WS-3, por exemplo

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As substâncias são usadas em aditivos alimentícios para dar o “frescor” do mentolado sem o sabor de menta, mas não devem ser inaladas. Elas são encontradas também em produtos nos sabores de manga ou baunilha

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Vape foi associado a genes perigosos

O estudo foi feito analisando geneticamenteas amostras colhidas das bochechas e no sangue de 3,5 mil voluntários. Alguns deles não fumavam, outros eram usuários de cigarro tradicional ou da versão eletrônica. Pessoas que usavam ambas formas de fumo foram desconsideradas.

Para entrar no grupo de usuários de vape, a pessoa não poderia ter fumado mais que 100 cigarros na vida. Os considerados fumantes também não podiam fazer uso habitual, mais que uma vez ao mês, de vape.

A intenção de selecionar dois pontos para a coleta de amostras (sangue e boca) foi identificar se regiões diretamente expostas ao fumo, como a boca, tinham mais alterações que as indiretamente atingidas.

Ao comparar os exames com os de pessoas que não tinham o hábito de fumar, os pesquisadores descobriram que as células da boca de fumantes tinham alterações substanciais em suas informações genômicas, seja nos grupos de cigarro eletrônico ou tradicional.

Estas alterações são condizentes com as de estágios pré-cancerosos, com crescimento rápido e anormal das células mais expostas à fumaça. As células do sangue não tinham alterações.

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