Vale a pena guardar a placenta para consumi-la no pós-parto?
A Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia e Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos não indicam
atualizado
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Apesar de estar ganhando adeptas até entre as famosas e prometer benefícios como o aumento da produção de leite e o alívio de depressão pós-parto, a prática recente de comer a placenta ou mandar encapsulá-la para que seja consumida não tem comprovações científicas, nem indicações de entidades médicas. Ao contrário, é rejeitada.
A Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) não recomenda o consumo da placenta. De acordo com a instituição, essa prática não passa de uma crendice popular. Recentemente, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos também divulgou um alerta pedindo para que as mães não ingerissem a placenta no pós-parto porque isso pode levar a infecções.
A ginecologista Juliana Dytz, da Aliança Instituto de Oncologia em Brasília, desaprova qualquer forma de consumo da placenta, seja ingerindo-a com outros alimentos ou tomando cápsulas feitas a partir dela. “O consumo no pós-parto ainda é muito controverso. Faltam estudos científicos que relatem segurança, biodisponibilidade e benefícios dessa prática”, afirma. Segundo ela, o risco de infecção é bem maior do que qualquer possível benefício. “A degradação começa a partir do momento que o material biológico é retirado do corpo. Sem vascularização, a placenta começa a degradar e pode até apodrecer”, alerta a médica.
A ginecologista e obstetra Marcela Brito, da clínica Matervida, também é contra a prática. Segundo ela, a placenta funciona como filtro entre mãe e feto, muitas vezes bloqueando o acesso a infecções, toxinas e medicamentos. “Não há dúvidas que a placenta, como grande parte de nossos órgãos, é rica em nutrientes. Mas ingeri-la é um risco que não valem os benefícios”, conclui.