Vai viajar? Veja dicas para não pegar Covid e outras doenças
O grande volume de pessoas viajando pode aumentar a transmissão de doenças virais como a Covid entre adultos e crianças
atualizado
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As férias de dezembro e janeiro são as mais aguardadas do ano por aqueles que buscam por dias de descanso na praia ou aproveitam para visitar os familiares. O grande fluxo de pessoas nos aeroportos e terminais rodoviários desperta a preocupação dos profissionais de saúde.
O cenário pode contribuir para o aumento da circulação do coronavírus, causador da Covid-19, e de outros agentes causadores de doenças infecciosas. Médicos ouvidos pelo Metrópoles dão dicas para que os passeios sejam feitos com maior segurança.
“Os viajantes acabam atuando na introdução de novos agravos (vírus) em uma localidade. Isso é inegável para doenças de transmissão respiratória. A pandemia mostrou que foi dessa forma que a Covid-19 se disseminou”, afirma a médica infectologista Tânia Chaves, presidente da Sociedad LatinoAmericana del Viajero e professora da Universidade do Pará.
A Infraero estima que 2,5 milhões de passageiros devem passar pelos 19 aeroportos da rede entre os dias 16 de dezembro de 2022 e 2 de janeiro de 2023. O número é 45% maior em relação ao movimento do mesmo período do ano passado, quando 1,7 milhão de pessoas embarcaram e desembarcaram nos terminais aéreos do país.
Covid-19
O mais recente Boletim InfoGripe Fiocruz, divulgado na quinta-feira (22/12), mostra o aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em estados de todas as regiões do país. O crescimento foi observado em todas as faixas etárias, com destaque entre a população adulta.
Nas últimas quatro semanas, a Covid-19 dominou os casos de SRAG, com prevalência de 80,2%. Influenza A, Influenza B e Vírus Sincicial Respiratório (VSR) correspondem a 1,7%, 0,1% e 8,3% dos casos, respectivamente.
“Estamos vendo um aumento de casos. O esperado é que a curva suba e caia em seguida, assim como já ocorre em São Paulo e no Rio de Janeiro, e como foi visto em julho. No meio do ano a onda subiu por quatro semanas e desceu por outras quatro semanas. Ela deve se arrastar até janeiro ou se prolongar um pouco mais por causa dos eventos do fim do ano”, avalia o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Leonardo Bastos.
É seguro viajar?
O infectologista José David Urbaez, do Exame Medicina Diagnóstica, explica que o conceito de segurança mudou ao longo da pandemia, especialmente após o início da vacinação.
Embora não estejam livres da infecção, pessoas com o esquema básico de vacinação em dia – duas doses e mais um reforço para a população geral, e duas doses e três reforços para o público vulnerável – têm maior proteção contra hospitalizações e mortes.
“Demoramos para avançar na vacinação, mas hoje temos um percentual elevado de pessoas que já receberam pelo menos as três doses da vacina ou que tiveram Covid-19”, afirma Urbaez.
Proteção
Os cuidados para evitar a infecção pelo coronavírus durante as viagens de férias são semelhantes aos adotados até agora. Eles incluem:
- Uso de máscara: ela deve ser usada em locais fechados, nos aeroportos, aviões, ônibus, terminais rodoviários e hidroviários, por exemplo;
- Uso de álcool em gel 70% para higienizar as mãos;
- Vacinação contra a Covid-19 em dia;
- Avaliar o risco individual: crianças, idosos, imunossuprimidos, pessoas com obesidade grave e indivíduos com o ciclo vacinal incompleto devem ter mais cuidado;
- Evitar locais aglomerados ou com pouca ventilação.
Urbaez destaca o aumento do risco de infecção em eventos e, além disso, destinos badalados como praias famosas acabam ficando cheias no verão e se tornam pontos de risco.
Outras doenças
A infectologista Tânia Chaves lembra que a Covid-19 não é a única doença em circulação e é preciso se prevenir contra outras ameaças. Atualizar a carteirinha de vacinação, conhecer a situação epidemiológica do destino e as medidas sanitárias em voga no local também devem fazer parte dos preparativos da viagem.
“A consulta clínica pré-viagem é uma excelente oportunidade para atualizar a carteirinha de vacinação”, recomenda Tânia.
A carteira de vacinação completa garante proteção contra febre amarela, meningite, poliomielite, tétano e difteria, entre outros. A imunização contra hepatite B e Influenza também devem estar em dia.
Alimentação
Mudanças de hábitos alimentares são comuns durante as férias fora de casa. Embora seja um período de descanso, as pessoas devem ficar atentas à procedência da água e de alimentos crus, essencialmente. A presença de vírus e bactérias pode causar infecções importantes, resultando em intoxicação alimentar.
“Evite consumir gelo em bebidas e, quando possível, dê preferência à água gaseificada, que dificilmente é adulterada. Quando contaminada, a água pode causar diarreia crônica.”
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