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Vai viajar de avião? Infectologista esclarece dúvidas sobre a Covid-19

O principal risco está nos momentos de embarque e desembarque da aeronave, de acordo com a especialista Ana Helena Germoglio

atualizado

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Avião decola em aeroporto
1 de 1 Avião decola em aeroporto - Foto: iStock

Aeroportos cheios, filas para embarcar e pressa para desembarcar. Hábitos comuns na realidade pré-pandemia devem ser abandonados para garantir maior segurança para os viajantes e evitar a transmissão do novo coronavírus. Ao contrário do que se imagina, o ambiente de maior risco é justamente fora da cabine: nos trajetos de chegada e saída do avião.

Em maio, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) implementou uma série de medidas sanitárias para a aviação civil brasileira baseadas no protocolo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A médica infectologista do Hospital Águas Claras Ana Helena Germoglio esclarece dúvidas sobre os procedimentos recomendados para viajar com mais tranquilidade.

É recomendado fazer algum teste para Covid-19 antes de viajar?
Não existe um teste que dê uma espécie de salvo-conduto para viajar. Ana Helena ressalta que os testes do tipo RT-PCR são para o diagnóstico da doença, e os sorológicos, que identificam os anticorpos produzidos contra o vírus, não representam segurança para os viajantes antes do embarque. “Não existe essa indicação. O teste sorológico não deve ser usado para diagnóstico nem para guiar isolamento. Se a pessoa estiver assintomática e coletar o PCR na data incorreta, vai dar negativo e pode trazer uma falsa sensação de segurança”, comenta.

Check-in eletrônico ou presencial?
Eletrônico. “Quanto menos contato e proximidade com as outras pessoas, mais seguro”, diz a infectologista. A recomendação da Anac é que as empresas aéreas garantam o distanciamento social mínimo de dois metros entre os passageiros que precisam de atendimento no check-in de embarque nos aeroportos.

Devo usar roupas especiais, com impermeabilidade?
Assim como o uso de luvas, a infectologista explica que as roupas de proteção desestimulam a higienização adequada das mãos, um dos métodos de prevenção mais importantes recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Como se proteger na hora do embarque?
“O uso de máscaras e o distanciamento reduzem bastante a probabilidade de transmissão, garantindo uma segurança maior. A recomendação é tentar manter o distanciamento mínimo de 1,5 metro de todas as pessoas ao seu redor”, afirma a médica.

O que levar no voo?
Cada passageiro deve levar seu próprio kit com álcool em gel e máscaras. As de tecido devem ser trocadas entre três e quatro horas ou quando estiverem úmidas, sujas ou danificadas.

O álcool em gel está liberado durante as viagens aéreas, limitado a 500 ml na bagagem de mão para voos domésticos e 100 ml nos voos internacionais, de acordo com a Anac.

É necessário limpar o próprio assento?
Por recomendação da Anac, as aeronaves devem passar por uma desinfecção criteriosa antes dos voos, incluindo a limpeza dos braços das poltronas, dos cintos de segurança, das mesinhas de refeição, telas touch screen, compartimentos de bagagem de mão, janelas e botões de chamada de comissário e luz individual.

A médica recomenda que os passageiros tenham um cuidado a mais passando álcool nas superfícies antes de se sentar, mas sem exageros.

O ambiente do avião é seguro?
De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as aeronaves da frota brasileira contam com um sistema de filtragem que renova o ar a cada três minutos e captura cerca de 99% das partículas. Ainda assim, por medida de segurança, é recomendado que os passageiros e a tripulação permaneçam usando máscaras por toda a viagem.

A infectologista esclarece que a troca de ar do avião não permite uma grande circulação de vírus, mas é fundamental ter o mínimo de contato com superfícies e sempre higienizar as mãos.

Os maiores riscos de infecção, na visão dela, estão no trajeto até o aeroporto, no contato com outras pessoas na realização do check-in e nas salas de espera. “Quanto mais aglomeradas estiverem as pessoas, maior é o risco de transmissão do vírus. A partir do momento que a gente não tem controle sobre o outro, isso se torna um perigo sim”, explica Ana Helena.

Como deve ser feito o desembarque?
Na cartilha publicada pela Anac, é recomendo que os passageiros permaneçam sentados até que seja autorizada a saída. Algumas companhias aéreas estão organizando a saída pela ordem dos assentos.

O que fazer com a roupa que usei para viajar?
“A roupa deve ser lavada normalmente, com água e sabão. É muito simples matar o vírus, não precisa de grandes artimanhas”, conta a médica.

Ela explica que não adianta fazer a troca no momento do desembarque devido ao novo risco de contaminação proporcionado pelo deslocamento dentro do aeroporto. No entanto, é importante fazer a troca antes de ter contato com outras pessoas no destino para o qual se vai, especialmente se o encontro for com pessoas idosas ou que tenham doenças preexistentes.

Posso fazer uma viagem internacional? 
Apesar de a cabine do avião representar baixo risco, as viagens internacionais devem ser ponderadas neste momento, uma vez que os viajantes ficam mais tempo confinados dentro do avião, com maior exposição ao contato com pessoas que transitam dentro da aeronave para ir ao banheiro ou retiram a máscara para fazer refeições, por exemplo.

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