Vacinas contra Covid não aumentam risco de miocardite, afirma Saúde
Ministério da Saúde e Anvisa alertam sobre a circulação de informações falsas que questionam eficácia e segurança das vacinas contra a Covid
atualizado
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Em um esforço para combater as informações falsas que circulam nas redes sociais e aplicativos de mensagem, o Ministério da Saúde e a Anvisa afirmaram, em notas publicadas nesta terça-feira (28/3), que as vacinas contra a Covid-19 não aumentam risco de casos graves de miocardite ou morte. De acordo com o governo, as fake news prejudicam as iniciativas que tentam ampliar as taxas de cobertura vacinal no país.
“Não se engane, essas informações são falsas. As vacinas são comprovadamente seguras e altamente eficazes para a proteção contra casos graves e óbitos pela Covid-19”, afirma o ministério.
Todas as vacinas em uso no Brasil foram aprovadas pela Anvisa após a apresentação de dados que demonstraram a segurança e eficácia dos imunizantes, mostrando que os benefícios no combate à doença são muito superiores ao risco de uma pessoa desenvolver eventos adversos.
A ocorrência dessas reações é muito rara, de um caso a cada 100 mil doses aplicadas, a maioria deles sem gravidade, afirma o ministério.
A miocardite é uma inflamação no músculo do coração, geralmente causada por uma infecção viral, que pode causar dor no peito, batimentos cardíacos acelerados, falta de ar e insuficiência cardíaca.
Estudos mostram que a doença está relacionada com a síndrome inflamatória multissistêmica (SIM-P), uma condição grave e rara, em que crianças e adolescentes infectados pelo coronavírus desenvolvem uma inflamação que afeta diferentes órgãos do corpo, incluindo o coração.
Neste sentido, a vacinação é importante para reduzir os riscos de complicações pela Covid-19 e, consequentemente, casos graves de miocardite, incluindo a SIM-P, que pode levar a complicações para o resto da vida. “A maior preocupação não está relacionada com a vacinação, mas com os casos em que as crianças têm formas graves da doença”, avalia o ministério.
Anvisa confirma raridade da reação
Em julho de 2021, a Anvisa fez um alerta sobre o risco de miocardite e pericardite após a vacinação contra Covid-19 feita com imunizantes de plataforma de mRNA depois de tomar conhecimento da ocorrência de casos das doenças em outros países, embora não tivessem sido registrados no Brasil.
Até o fim de 2022, foram registrados 154 casos de miocardite após a aplicação das vacinas no Brasil, entre as 501.573.962 doses administradas, segundo dados do Programa Nacional de Imunizações (PNI). A incidência é de 0,031 a cada 100 mil doses aplicadas.
Não há registros de mortes por miocardite ou pericardite associadas às vacinas contra a Covid-19. “É importante destacar o benefício e a proteção das vacinas contra Covid-19, uma vez que a taxa de miocardite associada à própria doença é de 30 casos por milhão para a população em geral”, afirma a Anvisa, em nota.
Campanha contra fake news
O governo lançou, no último sábado (25/3), a campanha Brasil contra Fake. A iniciativa, com o tema Quem espalha fake news espalha destruição, visa combater a desinformação disseminada nas redes sociais e aborda o impacto das notícias enganosas no dia a dia da população.
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