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Vacinação infantil pode evitar 3 mil mortes até abril, mostra pesquisa

Se 1 milhão de crianças fossem vacinadas por dia, óbitos e hospitalizações seriam evitados em todas as faixas etárias, diz levantamento

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Mão aplicando vacina em braço de menino de óculos e máscara
1 de 1 Mão aplicando vacina em braço de menino de óculos e máscara - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Um aumento na velocidade da campanha de imunização contra a Covid-19 de crianças pode evitar 3 mil mortes e hospitalizações pela infecção até abril, afirma o Instituto de Avaliação de Tecnologia em Saúde (IATS), ligado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Apesar da aprovação das vacinas contra a Covid-19 para crianças com idades entre 5 e 11 anos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter acontecido em janeiro de 2022, a cobertura vacinal no grupo ainda é considerada baixa.

A estimativa foi obtida pelo Grupo de Modelagem Covid-19, coordenado pela representante da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) em Goiás, Cristiana Toscano. De acordo com o levantamento, o ritmo ideal de vacinação seria de 1 milhão de doses aplicadas por dia – hoje, são administradas cerca de 250 mil vacinas por dia para o grupo etário.

No cenário ideal, o estudo estima que 3 mil vidas seriam salvas em todas as faixas etárias, além de cerca de 14 mil hospitalizações evitadas, até abril de 2022.

Só entre as crianças seriam prevenidas 430 mortes e 5,4 mil internações no período. A pesquisa diz ainda que as hospitalizações evitadas economizariam cerca de R$ 143 milhões aos cofres públicos.

O grupo fez uma estimativa da progressão do cenário da pandemia considerando a cobertura atual de vacinação e a situação de avanço ideal da imunização na faixa entre 5 e 11 anos. O levantamento usou dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações, do Sistema de Vigilância Epidemiológica de Influenza (SIVEp-Gripe) e do Sistema de Informação Hospitalar.

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A vacina é específica para crianças e tem concentração diferente da utilizada em adultos. A dose da Comirnaty equivale a um terço da aplicada em pessoas com mais de 12 anos
A tampa do frasco da vacina virá na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de imunização e também por pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para receberem a aplicação do fármaco
Desde o início da pandemia, mais de 300 crianças entre 5 e 11 anos morreram em decorrência do coronavírus no Brasil
Isso corresponde a 14,3 mortes por mês, ou uma a cada dois dias. Além disso, segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência da doença no público infantil é significativa. Fora o número de mortes, há milhares de hospitalizações
De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenos
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A Anvisa aprovou, em 16 de dezembro, a aplicação do imunizante da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. Para isso, será usada uma versão pediátrica da vacina, denominada Comirnaty

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A vacina é específica para crianças e tem concentração diferente da utilizada em adultos. A dose da Comirnaty equivale a um terço da aplicada em pessoas com mais de 12 anos

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A tampa do frasco da vacina virá na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de imunização e também por pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para receberem a aplicação do fármaco

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Desde o início da pandemia, mais de 300 crianças entre 5 e 11 anos morreram em decorrência do coronavírus no Brasil

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Isso corresponde a 14,3 mortes por mês, ou uma a cada dois dias. Além disso, segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência da doença no público infantil é significativa. Fora o número de mortes, há milhares de hospitalizações

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De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenos

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Contudo, desde o aval para a aplicação da vacina em crianças, a Anvisa vem sofrendo críticas de Bolsonaro, de apoiadores do presidente e de grupos antivacina

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Inicialmente, a intenção do governo era exigir prescrição. No entanto, após a audiência pública realizada com médicos e pesquisadores, o ministério decidiu recuar

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De acordo com a pasta, o imunizante usado será o da farmacêutica Pfizer e o intervalo sugerido entre cada dose será de oito semanas. Caso o menor não esteja acompanhado dos pais, ele deverá apresentar termo por escrito assinado pelo responsável

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Além disso, apesar de não ser necessária a prescrição médica para vacinação, o governo federal recomenda que os pais procurem um profissional da saúde antes de levar os filhos para tomar a vacina

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Segundo dados da Pfizer, cerca de 7% das crianças que receberam uma dose da vacina apresentaram alguma reação, mas em apenas 3,5% os eventos tinham relação com o imunizante. Nenhum deles foi grave

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Países como Israel, Chile, Canadá, Colômbia, Reino Unido, Argentina e Cuba, e a própria União Europeia, por exemplo, são alguns dos locais que autorizaram a vacinação contra a Covid-19 em crianças

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Nos Estados Unidos, a imunização infantil teve início em 3 de novembro. Até o momento, mais de 5 milhões de crianças já receberam a vacina contra Covid-19. Nenhuma morte foi registrada e eventos adversos graves foram raros

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A decisão do Ministério da Saúde de prolongar o intervalo das doses do imunizante contraria a orientação da Anvisa, que defende uma pausa de três semanas entre uma aplicação e outra para crianças de 5 a 11 anos

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Segundo Toscano, o principal motivo para a lentidão do processo tem sido a hesitação por parte das famílias. Ela explica que os centros de saúde têm imunizantes disponíveis, mas não há demanda suficiente. A falta de informação sobre a segurança dos imunizantes como também sobre a necessidade de se imunizar crianças é um dos motivos para que os responsáveis deixem de levar esse público para receber a injeção.

“Outro problema é que a incorporação das vacinas ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) foi planejada em fases, não estava prevista uma campanha intensa”, diz a representante da SBIm. O documento cita as fake news e a falta de mobilização e comunicação sobre a importância da vacinação nessa idade como razões para a lentidão.

Proteção coletiva

Toscano ensina que, apesar de o objetivo principal da vacinação contra a Covid-19 ser a prevenção de hospitalizações e óbitos em decorrência da infecção, os imunizantes também impactam na circulação do vírus e diminuem a quantidade de casos.

“Muitos estudos mostram que, mesmo se forem infectados, os vacinados transmitem menos vírus para outros grupos. Isso acaba resultando em um efeito indireto, que protege não só o vacinado, mas também o restante da população”, explica a infectologista. Por isso, a imunização das crianças também impactaria nos casos entre adultos e idosos.

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