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Vacinação contra gripe pode prevenir infarto e AVC. Entenda

Presidente da Associação Latinoamericana de Infectologia Pediátrica, María Luíza Ávila, alerta sobre a importância da vacinação contra gripe

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Imagem colorida da mão de uma mulher segurando uma vacina contra gripe
1 de 1 Imagem colorida da mão de uma mulher segurando uma vacina contra gripe - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Buenos Aires — A vacinação contra o vírus Influenza tem como principal objetivo proteger a população da gripe. No entanto, há benefícios secundários: a proteção contra infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVC).

A infecção pelo vírus Influenza ativa células inflamatórias, podendo causar um quadro de inflamação generalizada no corpo do paciente. Se a pessoa, que está com o organismo fragilizado, entra em contato com uma bactéria como a Streptococcus pneumoniae (pneumococo), a associação desses dois patógenos (vírus e bactéria) pode levar a problemas cardiovasculares.

“O vírus da Influenza não causa apenas um problema respiratório. São correlações que os estudos vêm mostrando”, destacou a médica María Luíza Ávila-Aguero, presidente da Associação Latinoamericana de Infectologia Pediátrica (SLIPE), durante o Seminário Latinoamericano de Vacinas para Meios de Comunicação. O evento ocorreu em Buenos Aires (Argentina), entre os dias 17 e 18 de abril.

De acordo com a pediatra e infectologista, a inflamação do corpo causada pelo vírus leva à formação de placas de ateroma na parede da artéria. Essas placas são formadas por depósitos de gordura, principalmente de colesterol, e são capazes de entupir a artéria de forma parcial ou total.

“Vemos que as placas de ateroma não têm relação apenas com a dieta ou com os níveis de colesterol. Possivelmente, em processos de inflamação essas placas vão se formando e, em caso de infecção respiratória, aparece alguma complicação”, considerou.

A infecção é como um gatilho que dispara a possibilidade de complicações especialmente em adultos com graves de gripe. “Claro que todos nós nos expomos a vírus e ficamos com o corpo inflamado, mas pode ter algum momento em que o nosso sistema não responda tão bem e precipite infecções. Um adulto que entra no hospital com um problema pode terminar com outro e, lamentavelmente, morrer”, explicou a médica, que trabalhou como ministra da Saúde da Costa Rica entre 2006 e 2011.

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O acidente pode ocorrer por diversos motivos, como acúmulos de placas de gordura ou formação de um coágulo – que dão origem ao AVC isquêmico –, sangramento por pressão alta e até ruptura de um aneurisma – causando o AVC hemorrágico
Muitos sintomas são comuns aos acidentes vasculares isquêmicos e hemorrágicos, como: dor de cabeça muito forte, fraqueza ou dormência em alguma parte do corpo, paralisia e perda súbita da fala
O derrame cerebral não tem cura, entretanto, pode ser prevenido em grande parte dos casos. Quando isso acontece, é possível investir em tratamentos para melhora do quadro e em reabilitação para diminuir o risco de sequelas
Na maioria das vezes, acontece em pessoas acima dos 50 anos, entretanto, também é possível acometer jovens. A doença pode acontecer devido a cinco principais causas
Tabagismo e má alimentação: é importante adotar uma dieta mais saudável, rica em vegetais, frutas e carne magra, além de praticar atividade física pelo menos 3 vezes na semana e não fumar
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O acidente vascular cerebral, também conhecido como AVC ou derrame cerebral, é a interrupção do fluxo de sangue para alguma região do cérebro

Agência Brasil
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O acidente pode ocorrer por diversos motivos, como acúmulos de placas de gordura ou formação de um coágulo – que dão origem ao AVC isquêmico –, sangramento por pressão alta e até ruptura de um aneurisma – causando o AVC hemorrágico

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Muitos sintomas são comuns aos acidentes vasculares isquêmicos e hemorrágicos, como: dor de cabeça muito forte, fraqueza ou dormência em alguma parte do corpo, paralisia e perda súbita da fala

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O derrame cerebral não tem cura, entretanto, pode ser prevenido em grande parte dos casos. Quando isso acontece, é possível investir em tratamentos para melhora do quadro e em reabilitação para diminuir o risco de sequelas

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Na maioria das vezes, acontece em pessoas acima dos 50 anos, entretanto, também é possível acometer jovens. A doença pode acontecer devido a cinco principais causas

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Tabagismo e má alimentação: é importante adotar uma dieta mais saudável, rica em vegetais, frutas e carne magra, além de praticar atividade física pelo menos 3 vezes na semana e não fumar

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Pressão alta, colesterol e diabetes: deve-se controlar adequadamente essas doenças, além de adotar hábitos de vida saudáveis para diminuir seus efeitos negativos sobre o corpo, uma vez que podem desencadear o AVC

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Defeitos no coração ou vasos sanguíneos: essas alterações podem ser detectadas em consultas de rotina e, caso sejam identificadas, devem ser acompanhadas. Em algumas pessoas, pode ser necessário o uso de medicamentos, como anticoagulantes

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Drogas ilícitas: o recomendado é buscar ajuda de um centro especializado em drogas para que se possa fazer o processo de desintoxicação e, assim, melhorar a qualidade de vida do paciente, diminuindo as chances de AVC

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Aumento da coagulação do sangue: doenças como o lúpus, anemia falciforme ou trombofilias; doenças que inflamam os vasos sanguíneos, como vasculites; ou espasmos cerebrais, que impedem o fluxo de sangue, devem ser investigados

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 Vacinação contra gripe

A vacinação anual contra a gripe é uma estratégia importante para evitar essas complicações. Estudos mostram a associação entre a imunização e a queda no número de infartos. “É claro que as pessoas podem ter infarto por outras causas, sem ter infecção nenhuma, mas a infecção é um importante fator de risco”, disse a médica, em entrevista ao Metrópoles.

Este ano, o início da campanha de vacinação contra gripe foi antecipada no Brasil para março, com o objetivo de proteger a população mais vulnerável antes da sazonalidade da circulação do vírus Influenza, que normalmente ocorre com a chegada do outono.

Contudo, a meta do governo de vacinar 90% do público-alvo ainda está longe de ser alcançada. Até a sexta-feira (19/4), apenas 19,97% do grupo de prioridades tinha sido imunizado.

A vacinação segue até 31 de maio e está disponível para idosos com 60 anos ou mais, gestantes, puérperas e crianças de 6 meses a 5 anos.

As crianças que vão receber o imunizante pela primeira vez terão de tomar uma segunda dose no intervalo de 30 dias.

  • A repórter Bethânia Nunes viajou para Buenos Aires, na Argentina, a convite da Pfizer.

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