Vacinação contra gripe: por que preciso tomar uma nova dose todo ano?
A Campanha de Vacinação contra a Influenza e Sarampo ocorre até 3 de junho nos 38 mil postos de vacinação do país
atualizado
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No fim do último ano, o Brasil foi atingido por um surto de gripe. Entre as causas citadas por especialistas para o que aconteceu estão a baixa adesão da população à vacina durante a última campanha de imunização e o surgimento da cepa H3N2 Darwin do vírus influenza A.
O Ministério da Saúde lançou, na última segunda-feira (4/4), a Campanha de Vacinação contra a Influenza e Sarampo de 2022. Destinada a grupos específicos, como idosos, profissionais de saúde e imunossuprimidos, a campanha vai até 3 de junho.
“Mesmo quem tomou uma dose da vacina contra gripe há pouco tempo (durante o surto de dezembro, por exemplo) deve tomar a vacina de influenza deste ano porque ela contém cepas diferentes da formulação anterior, inclusive a que circulou no último surto”, explica a infectologista Ana Helena Germoglio.
Assim como os outros vírus, o influenza A também sofre mutações. A diferença é que elas ocorrem com mais rapidez e vão se acumulando, tornando o vírus tão diferente que o nosso sistema imunológico nem sempre é capaz de reconhecê-lo.
Para que a vacinação contra a gripe alcance seus objetivos, todos os anos o Instituto Butantan produz uma nova versão da vacina para o Sistema Único de Saúde (SUS). Ela combina as cepas mais comuns do vírus e a de maior circulação no ano anterior para melhorar a resposta imunológica da população aos vírus emergentes. A deste ano oferece proteção contra as cepas H1N1, H3N2 e tipo B.
“Os vírus mudam e as vacinas tentam acompanhar essa evolução. A imunização contra a gripe ajuda a aliviar a sobrecarga no sistema de saúde, com menos internações em leitos comuns e de UTI. Isso é muito importante (durante uma pandemia)”, destaca o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri.
Fabricação da vacina
A vacina trivalente do Instituto Butantan é produzida a partir da inoculação do vírus em ovos embrionados de galinhas.
Após um período de incubação, o líquido alantóico que envolve o embrião é colhido, centrifugado, concentrado, fragmentado e inativado, originando uma suspensão da vacina monovalente. A mistura das suspensões de cada monovalente resulta na vacina trivalente.
Veja a lista completa dos grupos que podem se vacinar:
1ª etapa – 4 de abril a 2 de maio:
- Idosos com 60 anos ou mais;
- Trabalhadores da saúde (também podem se vacinar contra o sarampo).
2ª etapa – 2 de maio de 3 de junho:
- Crianças de 6 meses a menores de 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias) (também podem se vacinar contra o sarampo);
- Gestantes e puérperas;
- Povos indígenas;
- Professores;
- Pessoas com comorbidades;
- Pessoas com deficiência permanente;
- Profissionais de forças de segurança e salvamento e Forças Armadas;
- Caminhoneiros e trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso;
- Trabalhadores portuários;
- Funcionários do sistema prisional;
- Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas;
- População privada de liberdade.