1 de 1 Imagem colorida de uma mão usando luvas segurando uma seringa ára aplicação de vacina
- Foto: Getty Images/Reprodução
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, mostra as primeiras evidências de que as pessoas vacinadas contra a herpes-zóster têm 20% menos probabilidade de desenvolver Alzheimer, em comparação com aquelas que não receberam o imunizante.
Os cientistas sugerem que a infecção provocada pelo varicella zoster vírus (VZV), causador da herpes-zóster, poderia ser a responsável por boa parte dos casos de demência. A descoberta é apontada como uma luz para o desenvolvimento de estratégias de prevenção contra o Alzheimer e outros doenças neurodegenerativas.
A herpes-zóster é uma infecção provocada pelo varicella zoster vírus (VZV), o mesmo vírus da catapora. Estima-se que oito em cada dez pessoas possuem o vírus incubado no organismo até que ele se manifeste em alguma fase da vida. A condição é mais comum em idosos devido à diminuição natural da imunidade com o passar dos anos.
Pesquisas recentes sugerem que à medida que as pessoas envelhecem, o varicela-zoster pode chegar ao cérebro e danificar tecidos sensíveis. Sendo assim, a vacina poderá contribuir para a prevenção das duas doenças.
10 imagens
1 de 10
Popularmente conhecido como cobreiro, o herpes-zóster é uma doença infecciosa causada pelo mesmo vírus da catapora. O diagnóstico normalmente é feito com base na avaliação clínica dos sinais e sintomas do paciente, além da observação das lesões na pele
Mumemories/istock
2 de 10
A doença pode se manifestar a qualquer momento em pessoas que já tiveram catapora ou a própria herpes-zóster alguma vez na vida. O vírus permanece inativo no corpo por muitos anos, podendo ser reativado na forma mais localizada em um nervo
rbkomar/ Getty Images
3 de 10
Quando há baixa na imunidade, por exemplo, o vírus pode se replicar novamente provocando o aparecimento dos sintomas. A condição tem mais chance de aparecer também em pessoas com mais de 60 anos, que façam uso prolongado de corticoides, quimioterapia ou que tenham doenças que enfraquecem o sistema imune, como AIDS ou Lúpus
Peter Dazeley/ Getty Images
4 de 10
Para pessoas que nunca tiveram catapora ou que não foram vacinadas, a herpes-zóster é contagiosa. Portanto, crianças ou outras pessoas nunca infectadas pelo vírus devem permanecer distantes de pacientes com a doença e não ter contato com objetos pessoais do doente
Elitsa Deykova/ Getty Images
5 de 10
Entre os principais sintomas da herpes-zóster estão coceira intensa no local afetado, dor, formigamento ou queimação na região, febre baixa, bolhas e vermelhidão que afetam, principalmente, região do tórax, costas ou barriga
Chokchai Silarug/ Getty Images
6 de 10
O tratamento é feito com medicamentos anti-virais e analgésicos receitados pelo médico para aliviar a dor e cicatrizar mais rápido as feridas. Fortalecer o sistema imune pode ser uma boa estratégia de prevenção
David Sharpe / EyeEm/ Getty Images
7 de 10
Durante o tratamento também deve-se tomar cuidados como lavar diariamente a região afetada, sem esfregar, e secar bem o local. Utilizar roupa de algodão e confortável, colocar uma compressa fria de camomila sobre a região e não aplicar pomadas ou cremes sem prescrição médica
Johner Images/ Getty Images/ Getty Images
8 de 10
Entre as complicações mais comuns do herpes-zóster está a continuação da dor por várias semanas ou meses mesmo após o desaparecimento das bolhas na pele. Entre as menos comuns está a inflamação na córnea e problemas de visão, necessitando acompanhamento de um oftalmologista
KATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images
9 de 10
A vacina é a única forma eficiente de evitar a doença e suas complicações. Até então, o imunizante era indicada apenas para pessoas maiores de 60 anos. Contudo, recentemente, a vacina para adultos com mais de 18 anos chegou às clínicas particulares brasileiras
Andriy Onufriyenko/ Getty Images
10 de 10
A imunização é feita com duas doses, e cada uma tem o preço recomendado de R$ 843 – totalizando R$1.686 –, mas o valor pode variar entre as clínicas. A vacina não é ofertada pelo SUS
Catherine Falls Commercial/ Getty Images
Vacina contra herpes-zóster reduz risco de Alzheimer
Usando como base dados de aproximadamente 280 mil pessoas inscritas no programa de vacinação do País de Gales, os pesquisadores encontraram uma ligação entre o uso da vacina contra herpes-zóster e a proteção contra a demência.
Os cientistas compararam as taxas de incidência de demência entre a população vacinada e a não vacinada – os idosos com mais de 80 anos foram excluídos do programa de vacinação após estudos mostrarem que a vacina contra herpes é mais eficaz quando administrada antes desta idade.
As pessoas vacinadas foram em média 20% menos propensas a desenvolver qualquer forma de demência, incluindo Alzheimer e demência vascular, em comparação aos demais. As mulheres foram as que mais se beneficiaram com a imunização, com o risco reduzido em até 30%, enquanto que para os homens a redução foi próxima a 10%.
“Há uma clara necessidade de pesquisas futuras. O próximo passo deve ser verificar se a administração da vacina em uma idade mais jovem reduz ainda mais as taxas de demência. Também queremos ver o que acontece se forem dadas doses de reforço da vacina”, afirma o professor Pascal Geldsetzer, especialista em saúde global da Universidade de Stanford.
Os dados do estudo foram divulgados em versão de pré-impressão e ainda precisam passar pela revisão de pares para a publicação em revista científica.
8 imagens
1 de 8
Alzheimer é uma doença degenerativa causada pela morte de células cerebrais e que pode surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomas
PM Images/ Getty Images
2 de 8
Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista
Andrew Brookes/ Getty Images
3 de 8
Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoce
Westend61/ Getty Images
4 de 8
Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do ano
urbazon/ Getty Images
5 de 8
Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doença
OsakaWayne Studios/ Getty Images
6 de 8
Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comuns
Kobus Louw/ Getty Images
7 de 8
Segundo pesquisa realizada pela fundação Alzheimer’s Drugs Discovery Foundation (ADDF), a presença de proteínas danificadas (Amilóide e Tau), doenças vasculares, neuroinflamação, falha de energia neural e genética (APOE) podem estar relacionadas com o surgimento da doença
Rossella De Berti/ Getty Images
8 de 8
O tratamento do Alzheimer é feito com uso de medicamentos para diminuir os sintomas da doença, além de ser necessário realizar fisioterapia e estimulação cognitiva. A doença não tem cura e o cuidado deve ser feito até o fim da vida
Towfiqu Barbhuiya / EyeEm/ Getty Images
Vacina no Brasil
No Brasil, existem duas vacinas destinadas à prevenção da herpes-zóster, no entanto, nenhuma delas está disponível no Programa Nacional de Imunizações (PNI) para aplicação pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A Shingrix, fabricada pela farmacêutica GSK, foi aprovada em agosto de 2021 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e começou a ser comercializada em junho do ano passado pelas clínicas particulares brasileiras. Ela é uma vacina de vírus inativado, aplicada em duas doses, com dois meses de intervalo.
O imunizante é destinado a qualquer adulto com mais de 18 anos, com risco potencial de contrair a doença, como pacientes imunocomprometidos. Até então, a única opção era a vacina Zostavax, da MSD. O imunizante de dose única, feito de vírus atenuado, tem indicação de uso limitado a pessoas com mais de 50 anos de idade.
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.
Já leu todas as notas e reportagens de Saúde hoje? Clique aqui.
Compartilhar notícia
Compartilhar
Quais assuntos você deseja receber?
Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:
1.
Mais opções no Google Chrome
2.
Configurações
3.
Configurações do site
4.
Notificações
5.
Os sites podem pedir para enviar notificações
Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?