Vacina de uso emergencial não será para milhões, diz presidente da Anvisa
Antônio Torres diz que, se houver esta modalidade, será para público restrito. Uso do imunizante contra Covid-19 precisa de aval da agência
atualizado
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Diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres afirmou, nesta quinta-feira (3/12), que as vacinas de uso emergencial contra a Covid-19 “não serão para milhões, em hipótese alguma”. “Será restrito a populações definidas”, anunciou.
Segundo ele, o uso pleno, para imunizar a população como um todo, só será possível quando a vacina tiver o registro sanitário. O presidente explica que, provavelmente, serão escolhidos profissionais de saúde, cuidadores de idosos, pessoas com mais de 65 anos e aqueles com “fragilidades”. As declarações foram dadas à Rádio Gaúcha, nesta tarde.
A Anvisa definiu, nesta quarta (2/12), os critérios para que as empresas fabricantes de imunizantes contra a Covid-19 entrem com pedido de autorização para a modalidade emergencial, que já é usada em outros países, para vacinar grupos de risco com mais agilidade.
Ele diz que, quando a agência receber os primeiros pedidos de autorização de uso emergencial, a análise deve ser concluída em questão de dias. Já no caso do registro completo, há um prazo de 60 dias para resposta da Anvisa, mas o “empenho é grande e vamos tentar fazer no melhor tempo possível”, afirma.
O governador de São Paulo, João Doria, criticou, nesta quinta-feira (3/12), o fato de o plano nacional de imunização contra a Covid-19 do governo federal ter início em março do próximo ano, e defendeu a vacinação já em janeiro.
Doria disse que a data causa “indignação”. “Indago se eles não enxergam que temos 500 brasileiros morrendo (diariamente). Por que março, se poderia ser em janeiro?”, questionou.
O governador afirmou que quer iniciar a imunização em São Paulo em janeiro, cumprindo os protocolos da Anvisa. “Não vamos aguardar março”, declarou. A produção da vacina Coronavac está prevista para começar neste fim de semana.
Na manhã desta quinta, chegaram a São Paulo cerca de 600 litros de matéria-prima para que o Instituto Butantan produza até 1 milhão de imunizantes contra a Covid-19. No dia 19 de novembro, o estado já havia recebido 120 mil doses prontas da Coronavac.