Vacina de Oxford: imunização com duas doses pode ser mais eficaz
Testes em porcos realizados pela equipe que desenvolve a vacina mostraram melhores resultados para vacinação em etapas
atualizado
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Considerada a candidata à imunização mais promissora até o momento contra o coronavírus, a vacina de Oxford pode ser mais eficaz se aplicada em duas doses. Os cientistas responsáveis pela fórmula decidiram testar, em porcos, se dividir a aplicação traria algum benefício quanto à capacidade do corpo de evitar a infecção.
Os porcos foram divididos em dois grupos: todos tomaram uma dose da vacina, mas metade deles recebeu o reforço. Segundo a pesquisa, que ainda não foi publicada em revistas científicas ou validada pela comunidade médica, os animais que tomaram duas doses produziram mais anticorpos e mostraram um aumento pequeno na atividade das células T (micro-organismos que estimulam a produção de anticorpos e destroem células infectadas) em comparação com o grupo que recebeu apenas uma dose.
Os porcos foram escolhidos por terem um metabolismo similar ao humano e por apresentarem resposta imunológica parecida em vacinas contra a gripe.
De acordo com Simon Graham, o principal autor do estudo, os resultados são “muito encorajadores”. Os pesquisadores discutem, agora, se os 10 mil participantes da terceira fase do estudo clínico (que mede a eficácia em humanos) também receberão a segunda dose.
Ainda não se sabe por quanto tempo a imunização deixará o paciente protegido contra a Covid-19. Os pesquisadores responsáveis pelo desenvolvimento do produto apostam em um ano — o método começou a ser testado neste final de semana e os primeiros resultados serão divulgados em agosto.
A falta de certeza sobre o período de imunidade é uma das principais críticas quanto à velocidade do desenvolvimento e aprovação da vacina, uma vez que o processo convencional leva anos e permite que se tenha certeza sobre segurança e eficácia.