Vacina de Oxford contra Covid-19 enfrenta primeiras críticas de cientistas
Resultados dos testes realizados em macacos sugerem que imunização foi capaz de evitar a infecção mas não os livrou de transmitir a doença
atualizado
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Uma das vacinas mais adiantadas contra coronavírus do mundo, a imunização que está sendo produzida pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, começa a receber suas primeiras críticas.
Em uma publicação ainda não revisada pela comunidade científica, o grupo afirma que, entre os macacos que tomaram a vacina e foram expostos ao vírus, nenhum desenvolveu pneumonia, mas foram infectados.
As mesmas quantidades do Sars-CoV-2 foram encontradas nos narizes dos macacos que tomaram a vacina e no dos que não tomaram. Os resultados sugerem que a imunização previne que o paciente desenvolva a doença, mas ele pode transmitir o vírus para outras pessoas.
“Se resultados similares forem obtidos em humanos, a vacina provavelmente oferece uma proteção parcial contra a doença, mas não deve reduzir a transmissibilidade”, diz Eleanor Riley, professora de imunologia da Universidade de Edinburgh, ao jornal inglês The Independent.
Porém, os cientistas responsáveis pelo estudo alegam que os macacos foram expostos a uma quantidade de vírus muito superior à que humanos teriam contato na vida real. “Não acho que as pessoas entendam com quanto vírus estamos lidando e como é fantástico que nenhum deles foi parar no pulmão depois de apenas uma dose da vacina”, escreveu o professor Neeltje van Doremalen, um dos co-autores da pesquisa, no Twitter.
Para resolver o problema, provavelmente serão necessárias mais de uma dose da imunização. A vacina de Oxford já está sendo testada em humanos, e deve ter os primeiros resultados em agosto.