Vacina da Pfizer funciona contra variantes, garante pesquisa de Oxford
Em laboratório, cientistas testaram resposta dos anticorpos produzidos pelo imunizante frente às variantes do Reino Unido e da África do Sul
atualizado
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Um estudo feito pela Universidade de Oxford, da Inglaterra, mostrou que a vacina da Pfizer/BioNTech contra a Covid-19 consegue combater as variantes do novo coronavírus do Reino Unido e da África do Sul.
O artigo publicado na plataforma Research Square em versão de pré-print, que ainda precisa da revisão de outros cientistas, mostra que os anticorpos gerados pela fórmula identificaram a presença das novas variantes do vírus no organismo e conseguiram neutralizá-las, mesmo que o desempenho não tenha sido tão bom quanto o que foi verificado contra a versão original do vírus.
Os pesquisadores coletaram amostras de sangue de pessoas recuperadas da Covid-19 e de profissionais de saúde que receberam uma ou as duas doses do imunizante para testar, em laboratório, como as células se defendem contra os ataques do vírus com mutações.
Diferentemente, dos testes feitos anteriormente pela própria Pfizer, em que os anticorpos produzidos após a vacinação foram expostos apenas à parte do vírus com a mutação na proteína spike – responsável por ligar o Sars-CoV-2 às células humanas –, os cientistas de Oxford fizeram testes com o vírus real e completo.
Eles concluíram que cerca de 90% das pessoas ficarão protegidas das novas variantes após receberem as duas doses da vacina. Com apenas uma dose do imunizante, os anticorpos se mostraram mais fracos contra a cepa do Reino Unido e incapazes de neutralizar a variante da África do Sul. No entanto, foi verificada fortes respostas da células T, um tipo de célula de defesa, contra todas as variantes após a primeira dose.
Os cientistas acreditam que a resposta imediata das células T contribui para que os anticorpos sejam mais fortes após o reforço. “Achamos que é por isso que a segunda dose produz uma resposta de anticorpos tão boa e forte, porque as células T já estão lá, prontas para reagir”, disse William James, professor de virologia da Universidade de Oxford, ao jornal The Guardian.
“Este vírus não terminou de evoluir, mas acho que, enquanto as vacinas forem lançadas e as pessoas receberem as segundas doses, estaremos em uma posição muito melhor no verão (em junho) do que estamos agora”, disse James.