Cientistas da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, anunciaram ter dado um novo passo em direção ao cumprimento desse desafio. Em 17 de maio, eles publicaram uma pesquisa na revista Cell sobre um ensaio clínico no qual a vacina testada foi capaz de criar anticorpos que neutralizaram o vírus sem criar efeitos secundários.
De acordo com a pesquisa, a vacina conseguiu estimular o corpo a produzir os anticorpos neutralizantes (bnAbs) contra o HIV, estratégias de defesa semelhantes são estimuladas pelas medicações antirretrovirais, mas nunca tinham sido fabricadas pelo próprio corpo em um teste de imunizante.
“Foi muito emocionante ver que, com esta molécula de vacina, poderíamos realmente fazer surgir anticorpos neutralizantes em semanas”, disse o imunologista Wilton Williams, que liderou o estudo, em entrevista para o site da universidade.
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HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida
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A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids
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Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico
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O uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas
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O tratamento é uma combinação de medicamentos que podem variar de acordo com a carga viral, estado geral de saúde da pessoa e atividade profissional, devido aos efeitos colaterais
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Em 2021, um novo medicamento para o tratamento de HIV, que combina duas diferentes substâncias em um único comprimido, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
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A empresa de biotecnologia Moderna, junto com a organização de investigação científica Iavi, anunciou no início de 2022 a aplicação das primeiras doses de uma vacina experimental contra o HIV em humanos
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O ensaio de fase 1 busca analisar se as doses do imunizante, que utilizam RNA mensageiro, podem induzir resposta imunológica das células e orientar o desenvolvimento rápido de anticorpos amplamente neutralizantes (bnAb) contra o vírus
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Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças aprovou o primeiro medicamento injetável para prevenir o HIV em grupos de risco, inclusive para pessoas que mantém relações sexuais com indivíduos com o vírus
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O Apretude funciona com duas injeções iniciais, administradas com um mês de intervalo. Depois, o tratamento continua com aplicações a cada dois meses
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O PrEP HIV é um tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) feito especificamente para prevenir a infecção pelo vírus da Aids com o uso de medicamentos antirretrovirais
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Esses medicamentos atuam diretamente no vírus, impedindo a sua replicação e entrada nas células, por isso é um método eficaz para a prevenção da infecção pelo HIV
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É importante que, mesmo com a PrEP, a camisinha continue a ser usada nas relações sexuais: o medicamento não previne a gravidez e nem a transmissão de outras doenças sexualmente transmissíveis, como clamídia, gonorreia e sífilis, por exemplo
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Como foi feito este estudo da vacina contra o HIV?
O ensaio clínico de fase I foi iniciado em 2019. Ele envolveu 24 participantes saudáveis, sendo que 20 receberam a vacina e 4 placebo.
Pouco depois, após uma pessoa apresentar uma reação alérgica grave a um estabilizante da vacina, o ensaio foi interrompido.
Àquela altura, 5 pessoas receberam três das quatro doses planejadas e outras 15 pessoas receberam apenas duas. Apesar do imprevisto que levou à interrupção da pesquisa, os médicos descobriram que houve uma resposta imunitária inesperada mesmo para aqueles que receberam duas doses.
Metade das pessoas imunizados produziu anticorpos, que testados na bancada do laboratório foram capazes de neutralizar de 15 a 35% de todas as variantes do causador da Aids, mesmo as mais resistentes. “Ainda não chegámos lá, mas o caminho a seguir é agora muito mais claro”, completou o imunologista.
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