USP desenvolve teste para diagnosticar Covid-19 pela saliva
Exame é baseado em técnica molecular utilizada para diagnóstico de doenças como dengue, chikungunya, hepatite A e zika
atualizado
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Pesquisadores do Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um teste capaz de diagnosticar o coronavírus pela saliva. O exame está disponível a partir desta terça-feira (01/12) — por enquanto, somente para moradores de São Paulo.
Quem for à instituição para a coleta da amostra de saliva pagará R$ 90 pelo exame. Quem optar por fazê-lo em casa sozinho desembolsará R$ 150 para que a amostra seja enviada para análise por um serviço de retirada.
Para solicitar o teste, é preciso fazer um cadastro no link disponível no site do CEGH-CEL, centro de pesquisa financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Segundo Maria Rita Passos-Bueno, pesquisadora do CEGH-CEL e coordenadora do projeto, o plano inicial dos pesquisadores é realizar, no máximo, 90 testes por dia, por ordem de cadastro. “Os resultados serão disponibilizados em até 24 horas”, explica a especialista.
O teste é baseado em uma técnica molecular chamada RT-LAMP (sigla em inglês de transcrição reversa seguida por amplificação isotérmica mediada por alça), amplamente utilizada para o diagnóstico de doenças infecciosas, como dengue, chikungunya, hepatite A e zika.
A técnica da USP é parecida com o método RT-PCR, que utiliza como amostras secreções do fundo da garganta e do nariz. Em ambas, são induzidas reações para o processo de transcrição reversa (RT), na qual o RNA do vírus é transformado em DNA e, em seguida, amplificado, para que o patógeno possa ser identificado.
A diferença é que, no teste da USP, não é necessária a extração do RNA do vírus para ser detectado — técnica realizada no RT-PCR por meio de reagentes importados, que são caros e frequentemente escassos no mercado, dependendo da demanda.
Os pesquisadores realizaram mais de mil testes-piloto em 25 funcionários do IQ-USP e 30 pessoas ligadas ao IB-USP. Os participantes foram testados duas vezes por semana.
Simplificação de processos
O novo exame é similar a outros já desenvolvidos no Brasil e em outros países. O objetivo, segundo os pesquisadores, é de aumentar a disponibilidade e a rapidez dos resultados, além de diminuir os custos para realização de testes moleculares por meio de simplificações dos processos.
O método é uma alternativa ao exame de RT-PCR, considerado o padrão-ouro para detectar o novo coronavírus durante a fase aguda da infecção. Segundo Passos-Bueno, o teste está de acordo com as diretrizes determinadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Os interessados em realizar o teste devem se cadastrar pelo site do projeto.