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Uso de paracetamol pode induzir comportamento de risco, diz pesquisa

Estudo feito com 500 pacientes mostra que medicamento pode afetar a capacidade de perceber e avaliar riscos

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Fotografia colorida de medicamentos caindo na colher
1 de 1 Fotografia colorida de medicamentos caindo na colher - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

De acordo com uma pesquisa feita pela Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, o uso de paracetamol pode induzir pacientes a um comportamento de risco, diminuindo a capacidade de perceber e avaliar riscos. O estudo, publicado no jornal Social Cognitive and Affective Neuroscience, foi feito com 500 voluntários.

Parte dos participantes recebeu uma dose de 1 mg de paracetamol, e o restante, um placebo. Os voluntários precisavam encher um balão com uma bomba de ar — cada vez que ativassem o mecanismo, ganhariam uma quantidade de dinheiro imaginário. Se o balão estourasse, perderiam todo o valor adquirido.

O grupo do paracetamol tomou mais riscos durante o exercício, enquanto os que receberam placebo foram mais conservadores e cuidadosos. Os balões do primeiro grupo estouraram mais vezes quando comparado com o outro.

“Se você é averso a riscos, pode bombear algumas vezes e decidir parar para não estourar o balão e perder todo o dinheiro. Mas para quem tomou paracetamol, conforme o balão enche, acreditamos que sintam menos ansiedade e emoções negativas sobre o quanto a bexiga está crescendo e a possibilidade de estourar”, afirma Baldwin Way, um dos neurocientistas responsáveis pela pesquisa, ao site da universidade.

Os voluntários também preencheram formulários entre os experimentos explicando o nível de risco percebido em várias situações, como apostar o salário de um dia em um evento esportivo, pular de bungee jump de uma ponte alta, ou dirigir sem cinto de segurança.

Em um deles, os participantes que tomaram paracetamol apresentaram menor percepção de risco, mas no outro, os resultados foram semelhantes.

Os cientistas acreditam que os efeitos podem ser leves, mas influenciam, sim, a tomada de decisão. Os próximos passos da pesquisa são procurar explicações psicológicas alternativas para o fenômeno e investigar os mecanismos biológicos por trás dos efeitos do paracetamol.

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