Uso de máscaras reduz carga viral e gravidade da Covid-19, diz estudo
Pesquisa norte-americana concluiu que uso da proteção facial pode ser determinante para que a manifestação da doença seja branda
atualizado
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Um novo estudo das Universidades da Califórnia e Johns Hopkins, nos Estados Unidos, afirma que as máscaras faciais não têm função somente de reduzir as chances de transmissão de Covid-19. De acordo com os pesquisadores, elas também diminuem a carga viral do novo coronavírus, o que pode determinar se os sintomas da doença serão mais brandos ou até se as pessoas serão assintomáticas. A pesquisa está publicada no Journal of General Internal Medicine.
Baseados na comprovação científica de que as máscaras são uma das principais ações para evitar a transmissão do Sars-CoV-2, os cientistas buscaram provar que a proteção facial vai além: o uso dela reduz a carga viral a qual a pessoa é exposta e, naturalmente, uma carga menor de vírus é mais fácil de ser controlada pelo sistema imunológico.
Os pesquisadores destacam que diversos estudos anteriores confirmam a relação direta entre a carga viral e a gravidade da doença em animais para todos os tipos de infecções virais respiratórias.
Essa comprovação foi feita por meio de três tipos de evidências. A virológica se baseou em estudo com hamsters. Os roedores não só apresentaram menos casos da doença ao serem protegidos com máscaras, como também tiveram sintomas mais leves.
A epidemiológica ocorreu apoiada na observação de dados, entre eles os do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A taxa de infecções sem sintomas era de 15% antes da prática pública de uso de máscaras e, agora, subiu de 40 a 45%.
A pesquisa também ressalta o exemplo de navios de cruzeiro. No cruzeiro Diamond Princess, os passageiros não usavam máscaras e cerca de 82% das pessoas infectadas desenvolveram o Covid-19. Em outro surto de navio de cruzeiro em que os passageiros usavam máscaras cirúrgicas e máscaras N95, a prevalência de casos sintomáticos de Covid-19 foi de apenas 19%. Além disso, avaliaram casos em clínicas pediátricas, fábricas, entre outros.
Na terceira evidência, a ecológica, os pesquisadores alertaram para o fato de que países onde os habitantes, historicamente, usam máscara como prevenção sofrerem menos com a incidência de casos graves de Covid-19.