Uso de máscaras é necessário mesmo com vacinação, indica especialista
Mesmo com imunização, a Ômicron fez a taxa de transmissão de coronavírus aumentar e governos estão exigindo novamente o uso das máscaras
atualizado
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As máscaras se mostraram uma importante ferramenta para conter a disseminação do coronavírus desde o começo da pandemia. Com a alta capacidade de transmissão da variante Ômicron e o novo aumento de casos, governos estão voltando atrás e passando a exigir novamente o uso dos itens de proteção em ambientes públicos.
A imunologista e professora da Universidade de São Paulo (USP), Ana Paula Lepique, ressalta que mesmo a imunização completa não é capaz de substituir o uso de máscaras. “A vacinação tem um efeito protetor muito importante na população, mas algumas pessoas apresentam condições de saúde e fatores de risco diferentes e, mesmo imunizadas, podem se infectar”, disse, em entrevista ao Jornal da USP.
De acordo com a pesquisadora, as medidas de segurança e prevenção contra a Covid-19 devem ser mantidas durante a retomada das atividades presenciais. “A flexibilização do uso de máscaras é extremamente prematura, e gera situações em que as pessoas vão se expor mais”, explica Lepique.
Para a professora, as máscaras são uma forma de proteção individual, mas também se mostram como ferramentas para garantir a saúde coletiva. Isso ocorre porque elas criam uma barreira física que dificulta a passagem do vírus de um indivíduo para outro.
Escolha da máscara ideal
Em relação à variante Ômicron, a professora explica que as mutações do vírus não mudam seu tamanho e outras características bioquímicas. Sendo assim, o uso de máscaras também é essencial para proteger contra a nova cepa de Covid-19.
Vitor Mori, pesquisador na Universidade de Vermont e membro do Observatório Brasileiro de Covid-19, explica que os mecanismos de transmissão do coronavírus não mudaram com a Ômicron. “As máscaras melhores continuam protegendo igualmente com relação a todas as variantes. A questão é que, com maior transmissão, você tem uma maior chance de acabar se expondo a alguém que está infectado”, declara.
Mori comenta que a escolha da máscara ideal depende dos riscos que você está exposto. Nesse sentido, ele recomenda escolher equipamentos com a maior eficiência possível e que consigam se adaptar bem ao formato do seu rosto, evitando espaços de saída do ar.
Outro ponto importante é o nível de filtragem do ar que uma proteção pode proporcionar. O pesquisador indica evitar máscaras de pano porque são feitas com um material que protege menos e permite a passagem de partículas.
De acordo com o cientista, a melhor opção nesse momento são as máscaras do tipo PFF2/N95 que passam por uma certificação que comprova a eficácia em proteger contra o vírus.